Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-08-2014

Catadores de lixo acumulam sucata às margens de córrego
Grupo com 12 pessoas está há três meses na região do Córrego Botafogo. Semas disse que vai encaminhar catadores a programas assistenciais.
Catadores de lixo acumulam sucata às margens de córrego
Foto: g1.globo.com

Um grupo com 12 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, está vivendo de maneira improvisada às margens do Córrego Botafogo, em Goiânia. Eles foram retirados do lixão de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, há três meses e, desde então, acumulam grande quantidade de sucata na área. Além de precárias condições de saúde e moradia, os catadores também sofrem com ações de criminosos.
Os catadores dormem em tendas improvisadas em meio a todo o lixo, que fica acumulado em grandes sacos plásticos. No local, não há resíduo orgânico, apenas matérias que são vendidos a ferros-velhos e cooperativas que reciclam plástico. Com toda sucata vendida, o grupo ganha pouco mais de R$ 1 mil por mês, que é dividido entre as 12 pessoas.

"É só para sobreviver mesmo. Não é muita coisa, mas, de vez em quando, o pessoal das igrejas passam a noite doando comida. O meio que a gente sobrevive é esse aqui", relatou o catador Marcílio Dionísio.
Além de moradia precária, as condições de saúde também são preocupantes. Os catadores vivem sob o sol forte durante todo o dia. Para tomar banho, retiram água do Córrego Botafogo, que é poluído em determinados trechos.
Para a segurança do grupo, eles se revezam durante a noite, de forma que sempre tenha uma pessoa vigiando, para evitar que sejam atacados. "Os ‘caras’ chegaram três horas da manhã, ficaram torturando a gente das três até as seis da manhã. É difícil pra nós, porque nós temos criança também, tem casal, tem mulher grávida", disse uma das catadoras que mora no local e preferiu não se identificar.
Aterros sanitários
O grupo relata que, desde que o município se adequou à Lei de Resíduos Sólidos, foram expulsos de todos os locais que ocupam. A regra, que passou a vigorar em todo o Brasil no dia 2 de agosto, determina que todas as cidades do país acabem com os lixões a céu aberto e criem aterros sanitários.

Os catadores contam que já receberam um prazo da prefeitura para sair do local, às margens da Marginal Botafogo. Porém, eles não possuem local para onde ir e esperam ajuda para continuar trabalhando com reciclagem.
"Esse aqui é o nosso único jeito que tem de trabalhar. A gente vive disso daqui, do lixo. A gente está procurando alguém que leve a gente para algum lugar, que a gente trabalhe com dignidade, entendeu? Porque a gente está aqui para pegar nada de ninguém", disse a mulher que não quis se identificar.
De acordo com a Agência Municipal de Meio Ambiente, o grupo foi notificado pela prefeitura pois correm risco de morte, já que estão muito próximo à avenida e podem ser atropelados.
A Secretaria Municipal de Assistência Social informou que os catadores serão encaminhados à programas sociais da prefeitura.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir