Categoria Geral  Noticia Atualizada em 15-08-2014

Vacina contra chikungunya mostra-se eficaz em primeiro teste
Vacina experimental foi testada em 25 adultos saud�veis nos EUA. 11 meses ap�s vacina, eles tinham anticorpos suficientes para proteg�-los.
Vacina contra chikungunya mostra-se eficaz em primeiro teste
Foto: g1.globo.com

Uma vacina experimental contra o v�rus chikungunya mostrou-se eficaz no primeiro teste com humanos, feito com 25 adultos saud�veis nos Estados Unidos. A pesquisa foi conduzida por pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doen�as Infeciosas (NIAID), que faz parte dos Institutos Nacionais de Sa�de dos Estados Unidos (NIH). Os resultados foram publicados na edi��o desta semana da revista cient�fica "The Lancet".
A nova vacina � composta de part�culas semelhantes a v�rus (ou VLP, na sigla em ingl�s). Essas part�culas imitam os efeitos no sistema imunol�gico que seriam provocados pelas part�culas do v�rus de verdade. Mas n�o podem causar infec��o porque n�o t�m o material gen�tico do v�rus. Resultados anteriores, feitos em macacos rhesus, j� tinham sido promissores, protegendo os animais de infec��es.
Para o teste cl�nico, os volunt�rios receberam de duas a tr�s doses da vacina, em diferentes dosagens, ao longo de 20 semanas.
"Onze meses ap�s a vacina��o, os n�veis de anticorpos eram compar�veis �queles observados em pessoas que se recuperaram depois de uma infec��o natural de chikungunya, sugerindo que a vacina VLP pode oferecer prote��o de longo prazo contra o v�rus. A vacina tamb�m gerou anticorpos contra m�ltiplos genotipos do v�rus, sugerindo que ela poderia ser efetiva contra quaisquer cepas do v�rus", disse a l�der do estudo Julie Ledgerwood, do NIAID.

"Atualmente, n�o temos vacinas licenciadas ou drogas aprovadas para essa infec��o debilitante, que causa febre e artrite severa e intensamente dolorosa", completa Julie.
Entenda o v�rus
A infec��o pelo v�rus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, por�m mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em refer�ncia � postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doen�a causa.
Em compensa��o, comparado com a dengue, o novo v�rus mata com menos frequ�ncia. Em idosos, quando a infec��o � associada a outros problemas de sa�de, ela pode at� contribuir como causa de morte, por�m complica��es s�rias s�o raras, de acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).
Como as pessoas pegam o v�rus?
Por ser transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, e tamb�m pelo mosquito Aedes albopictus, a infec��o pelo chikungunya segue os mesmos padr�es sazonais da dengue, de acordo com o infectologista Pedro Tauil, do Comit� de Doen�as Emergentes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O risco aumenta, portanto, em �pocas de calor e chuva, mais prop�cias � reprodu��o dos insetos. Eles tamb�m picam principalmente durante o dia. A principal diferen�a de transmiss�o em rela��o � dengue � que o Aedes albopictus tamb�m pode ser encontrado em �reas rurais, n�o apenas em cidades.
Onde o v�rus est� circulando?
De acordo a OMS, o v�rus j� vinha circulando nos �ltimos anos pela �frica e pela �sia, principalmente no subcontinente indiano. Mais recentemente, foram identificados casos na Europa. Em dezembro do ano passado, a doen�a chegou ao Caribe � a primeira ocorr�ncia de surto nas Am�ricas. At� o momento, n�o existe registro de nenhum caso transmitido dentro do Brasil.
O chikungunya tem subtipos diferentes, como a dengue?
Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya � �nico. Uma vez que a pessoa � infectada e se recupera, ela se torna imune � doen�a. Quem j� pegou dengue n�o est� nem menos nem mais vulner�vel ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmiss�o similar, tratam-se de v�rus diferentes.
Quais s�o os sintomas?
Entre quatro e oito dias ap�s a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articula��es. Outros sintomas, como dor de cabe�a, dor muscular, n�usea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferen�a s�o as intensas dores articulares.
Em m�dia, os sintomas duram entre 10 e 15 dias, desaparecendo em seguida. Em alguns casos, por�m, as dores articulares podem permanecer por meses e at� anos. De acordo com a OMS, complica��es graves s�o incomuns. Em casos mais raros, h� relatos de complica��es card�acas e neurol�gicas, principalmente em pacientes idosos. Com frequ�ncia, os sintomas s�o t�o brandos que a infec��o n�o chega a ser identificada, ou � erroneamente diagnosticada como dengue.
Segundo Barbosa, � importante observar que o chikungunya � "muito menos severo que a dengue, em termos de produzir casos graves e hospitaliza��o".
Tem tratamento?
N�o h� um tratamento capaz de curar a infec��o, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento � paliativo, com uso de antipir�ticos e analg�sicos para aliviar os sintomas. Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma op��o terap�utica � o uso de corticoides.
De acordo com Tauil, da SBI, os servi�os de sa�de brasileiros j� est�o preparados para identificar a doen�a. "Provavelmente quem vai receber esses casos s�o reumatologistas. J� escrevemos artigos voltados para esses profissionais, orientando-os a ficar atentos a pessoas provenientes de �reas em que h� transmiss�o", diz o infectologista. Pessoas que apresentarem os sintomas citados e estiverem voltando de �reas onde existe a transmiss�o do v�rus, como o Caribe, devem comunicar o m�dico.
Apesar de haver poucos riscos de formas hemorr�gicas da infec��o por chikungunya, recomenda-se evitar medicamentos � base de �cido acetilsalic�lico (aspirina) nos primeiros dias de sintomas, antes da obten��o do diagn�stico definitivo.
Como se prevenir?
Sobre a preven��o, valem as mesmas regras aplicadas � dengue: ela � feita por meio do controle dos mosquitos que transmitem o v�rus.
Portanto, evitar �gua parada, que os insetos usam para se reproduzir, � a principal medida. Em casos espec�ficos de surtos, o uso de inseticidas e telas protetoras nas janelas das casas tamb�m pode ser aconselhado.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir