Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-08-2014

Apenas 2 réus aceitam ir à primeira audiência sobre morte
Pai e madrasta se negaram a comparecer a sessão em Três Passos. "Eu jamais seria omisso", comentou advogado de Edelvânia Wirganovicz.
Apenas 2 réus aceitam ir à primeira audiência sobre morte
Foto: g1.globo.com

A primeira audiência do processo sobre o assassinato do menino Bernardo Boldrini, encontrado morto há quatro meses, terá apenas a presença de dois dos quatro réus pelo crime, atualmente presos. Nesta sexta-feira (22), as defesas de Edelvania Wirganovicz, e o irmão, Evandro Wirganovicz, confirmaram que ambos irão se deslocar, mediante escolta da Superitendência Estadual dos Serviços Penitenciários (Susepe), até Três Passos, Norte do Rio Grande do Sul, onde a sessão ocorrerá no dia 29 deste mês.
Já o pai Leandro Boldrini, apontado como o mentor do crime, e a madrasta, Graciele Ugulini, se negaram a comparecer na audiência, que ouvirá testemunhas de acusação. O juiz da Comarca de Três Passos Marcos Luís Agostini, responsável pelo processo criminal, atendeu ao pedido de dispensa feito pelos dois.
O corpo de Bernardo foi localizado no dia 14 de abril enterrado em um matagal na área rural de Frederico Westphalen, a cerca de 80 km de Três Passos, onde ele residia com a família. O menino estava desaparecido desde 4 de abril. Leandro, Graciele, Edelvania e Evandro estão presos e respondem por homicídio qualificado.
De acordo com a decisão do magistrado, é direito dos acusados optar por não serem conduzidos à audiência, salvo naquela em que serão interrogados. A audiência marcada para a terça-feira (26) é de instrução do processo, quando serão ouvidas testemunhas de defesa e de acusação. A data da audiência de interrogatório dos réus ainda não foi definida.

"Se eu tivesse perdido um familiar, a primeira coisa que eu gostaria de fazer seria comparecer à audiência. Eu jamais ficaria omisso se meu filho morresse. Seria a última omissão", disse ao G1, o advogado de Edelvânia, Demetryus Grapiglia. Segundo o defensor, na tarde desta sexta, ele visitou a ré na Penitenciária Feminina de Guaíba, onde a suspeita está presa desde abril.
"Na conversa, ela demonstrou bastante tranquilidade. Achei que ela estivesse muito frágil e abalada, mas não", disse Grapiglia ao comentar o estado emocional da cliente. Ele destacou que a tática na audiência será reforçar a tese da defesa de que ela não pariticipou do assassinato, mas sim apenas da ocultação do cadáver. A legalidade de provas, como a confissão gravada em vídeo pela polícia no dia da prisão dela, também serão questionadas. "Não havia qualquer advogado com ela nesse momento", disse.
Hélio Sauer, advogado de Evandro Wirganovicz, também assegura a presença do cliente, mas evitou dar detalhes sobre a tática da defesa. "O que posso dizer é que não tenho ligação com nenhum dos réus, e nenhum dos advogados", declarou.

Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No dia 6 de abril, o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. No dia 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem de um sedativo e depois enterrado em uma cova rasa, na área rural de Frederico Westphalen.
O inquérito apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ainda conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune, e contaram com a colaboração de Edelvania e Evandro.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir