Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 26-08-2014

Na defensiva
"A arte de viver � simplesmente a arte de conviver... simplesmente, disse eu? Mas como � dif�cil!". Mario Quintana.
Na defensiva
Foto: www.maratimba.com

Desde que nascemos, as perdas fazem parte de nossa vida. Elas t�m influ�ncia direta na forma��o da blindagem do car�ter humano. A fun��o de uma armadura � proteger quem a usa de a��es violentas externas, e com a mente n�o � diferente.

A defesa, se for compensadora, com o passar do tempo, torna-se um h�bito que vai moldar os atos do indiv�duo. Quando enfrentamos uma dor ps�quica, ca�mos nos bra�os consoladores desses "escudos".
Fazemos isso o tempo todo e desde sempre. Estabelecemos limites para a �rea de a��o dos nossos sentimentos e pensamentos, reprimimos nossa liberdade de percep��o e de a��o para ficarmos em paz.

Aprendemos, com a experi�ncia, novas formas de blindar a passagem das v�rias perdas que sofremos no decorrer de nossas vidas. Os recome�os, na verdade, s�o velhas armaduras com polimento novo. Maneiras que encontramos de aprender e, sobretudo, tentar descobrir novas alternativas para enfrentar uma situa��o de dor.

O psicanalista Wilhelm Reich resignificou o conceito de armadura defensiva. A express�o criada por ele foi "armadura do car�ter", o escudo do "self" para que possa manter afastadas as ansiedades, no seu caminho pelo mundo amea�ador. O car�ter veste a armadura sob a forma das defesas habituais. "Na vida di�ria", diz Reich, "o car�ter desempenha um papel semelhante ao que desempenha na resist�ncia ao tratamento. O papel de aparato de defesa ps�quica".

O estilo defensivo � a armadura do car�ter. Emest Becker (antrop�logo cultural, escritor e estudioso da interdisciplinaridade cient�fica), na obra A Nega��o da Morte, vai dizer que "na realidade se refere a todo o estilo de vida assumido pela pessoa para viver e agir com certa seguran�a. N�s todos temos alguma, porque todos n�s precisamos organizar a nossa personalidade..."

Para o escritor, psic�logo e jornalista, Daniel Goleman, da necessidade de aliviar o impacto da informa��o amea�adora surgem essas estrat�gias para continuar a vida.

Estamos na defensiva o tempo todo, no entanto, algumas situa��es ultrapassam as barreiras e nos provocam dores incalcul�veis. O fim deste sentimento, para alguns, ser� como o de tantos outros. Ele ser� forjado no muro invis�vel e refor�ar� a barreira que criamos com o mundo.

Conhecer nossas defesas e como elas s�o formadas pode ajudar o indiv�duo a sair um pouco da condi��o de guarda para enfrentar a situa��o, afinal qual dia n�o � um desafio? Charles Chaplin disse uma vez que "a vida � maravilhosa se n�o se tem medo dela".

Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir