Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 04-09-2014

Toda ajuda deve ser bem vinda
Muitos ainda insistem em n�o reconhecer o trabalho s�rio de algumas Comunidades Terap�uticas (CT s) para tratamento de dependentes qu�micos. �, sem d�vida, um erro grave de leigos (e alguns profissionais da sa�de) generalizar a atua��o das entidades.
Toda ajuda deve ser bem vinda
Foto: www.maratimba.com

O an�ncio de que o Centro de Aten��o Psicossocial - �lcool e outras Drogas (Caps-AD) de Cachoeiro de Itapemirim vai encaminhar pacientes para comunidades terap�uticas ligadas ao programa da Rede Abra�o do Governo do Estado do Esp�rito Santo � para ser comemorado como avan�o e n�o retrocesso como insistem alguns que se dizem "especialistas" no assunto. Est� na hora de pensar nas fam�lias e usu�rios que precisam de ajuda e n�o insistir na ignor�ncia.
Antes, quem mora no interior do estado e buscava amparo nos espa�os, que auxiliam na recupera��o da depend�ncia, precisava recorrer ao Centro de Acolhimento na regi�o metropolitana. De l� ainda eram encaminhados para unidades credenciadas e que atendem todos os requisitos de acordo com os editais governamentais e as leis que regem a atua��o das unidades comunit�rias. Hoje � diferente. Entende-se que a equipe do Caps-AD tem condi��es e capacidade para isso, basta boa vontade.
Se, por um lado, o in�cio de um di�logo representa um passo � frente, de outro, pr�ticas e preconceitos antigos insistem em comprometer a constru��o de uma rede eficaz de assist�ncia biopsicossocial para usu�rios cr�nicos e seus familiares, ao contr�rio do que vem acontecendo at� o momento.
A cr�tica �s CT s parte do pressuposto de que a Secretaria Nacional de Pol�ticas sobre Drogas (SENAD) promove editais que destina apenas apoio financeiro a projetos de acolhimento para usu�rios de crack, �lcool e outras drogas em CT s. Uma verdadeira falta de conhecimento sobre o assunto, pois, para se ter o apoio, adequa��es s�o exigidas e cada vez mais m�dicos, psic�logos, assistentes sociais, enfermeiros e outros profissionais com n�vel superior fazem parte da equipe multidisciplinar destas resid�ncias terap�uticas.
As comunidades terap�uticas j� fazem parte da Rede Substitutiva de Aten��o � Sa�de Mental de car�ter transit�rio, bem como a amplia��o do n�mero de CAPS-AD III e leitos em Hospitais Gerais, dentre outros. Temos sim que aumentar as op��es para a subjetividade da demanda da depend�ncia e n�o restringi-la a um �nico sistema de servi�o p�blico que, muitas vezes, n�o � adequado para determinada abordagem de tratamento.
Elas, h� d�cadas, atuam e obt�m resultados infinitamente superiores aos n�meros apresentados pelos programas paliativos rec�m nascidos de discursos e hip�teses que, na pr�tica, n�o possuem efic�cia.
Por fim, pol�tica p�blica de sa�de mental � um processo complexo, composto de participantes, institui��es e for�as de diferentes origens que acontece em diversos territ�rios. � um conjunto de pr�ticas, saberes, valores culturais e sociais, e � no cotidiano das institui��es, dos servi�os e das rela��es interpessoais que o processo da pol�tica avan�a, passando por tens�es, conflitos e desafios. Aqui n�o poderia ser diferente.

Psicanalista membro da equipe T�cnica da Associa��o de Apoio Terap�utico Reviver (AATR), presidente da Associa��o Psicanal�tica do Estado do Esp�rito Santo (Apees) e discente do curso de Psicologia da Unes.


Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir