Muitos pacientes nos fazem perguntas, pedindo nossa opinião sobre como devem agir em determinadas situações.
Não, psicólogo não é um opinador da vida alheia.
Penso que quando um paciente procura um psicólogo é porque ele já deve estar cheio de conselhos e fartos de opiniões do pai, da mãe, do colega, do vizinho, do sogro, do marido, da esposa, do tio e até mesmo de quem o conhece superficialmente.
E mesmo, e apesar de todos esses conselhos, sua vida não está fluindo de forma agradável.
Se você está procurando conselhos então não deve procurar um psicólogo.
Mas, é verdade, que muitos terapeutas caem na tentação de expressar a sua opinião e dar um "conselhinho" de vez em quando.
O paciente quando chega a procurar ajuda está fragilizado, inquieto, angustiado, cheio de dúvidas, muito vulnerável e é nesse momento que ele pode pedir conselhos e querer a opinião do terapeuta como uma forma de amenizar todos os sentimentos que lhe perturbam, achando que o terapeuta é o detentor da verdade e o responsável por sua melhora.
A função do terapeuta será a de ajudar o paciente a lidar com esses sentimentos e, através do vínculo terapêutico, dessa relação forte que se consolida com o passar das sessões, fazer com que o paciente seja o seu prórpio conselheiro, mais fortalecido, com uma visão mais clara dos seus sentimentos e do caminho que deseja percorrer. Não é papel do psicólogo percorrer o caminho pelo seu paciente muito menos carregá-lo no colo.
Dar conselhos numa relação terapêutica é altamente prejudicial ao processo, podendo ter consequências bastante sérias na vida do paciente.
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