Categoria Geral  Noticia Atualizada em 09-10-2014

Dinheiro desviado da Petrobras foi para campanha em 2010
Advogado de doleiro acompanhou audi�ncia de Paulo Roberto Costa. Alberto Youssef tamb�m falou nesta quarta-feira (8) � Justi�a em Curitiba.
Dinheiro desviado da Petrobras foi para campanha em 2010
Foto: g1.globo.com

O ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em audi�ncia na tarde desta quarta-feira (8) na Justi�a Federal de Curitiba que o esquema que desviou dinheiro da empresa serviu para financiar partidos pol�ticos na campanha eleitoral de 2010. As informa��es s�o do advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, que acompanhou a audi�ncia dos dois presos na Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal.

De acordo com o advogado, que falou � imprensa ap�s a audi�ncia, o doleiro Youssef afirmou ao juiz federal Sergio Moro que os mandantes do esquema bilion�rio de desvio de dinheiro investigado na Lava Jato "s�o agentes pol�ticos".

"Agiam em nome deles [dos agentes pol�ticos]", afirmou Basto. "O que foi dito � que eles financiavam um esquema pol�tico. Inclusive o Paulo deixou bem claro que esse esquema financiou a campanha de 2010, s� n�o pode dizer de quem, mas de muita gente".

Ainda segundo Basto, o doleiro Youssef tamb�m disse que h� partidos envolvidos no esquema e, ao juiz, listou quais s�o. O advogado, por�m, apenas afirmou que um deles concorre ao segundo turno na elei��o presidencial.

"A �nica coisa que ele [Youssef] n�o confirmou � quem era o l�der da quadrilha. Ele falou que os l�deres est�o fora desse processo. S�o agentes pol�ticos", afirmou. "Tr�s partidos grandes foram citados, que dividiam integralmente o bolo da propina na Petrobras. Ficou muito clara uma coisa, que eu acho que � fundamental: o meu cliente n�o era o chefe dessa quadrilha, n�o era chefe de nada. Era o operador. Era um cara que era pe�a da engrenagem. Diria n�o insignificante, mas muito menor do que todo esse esquema", afirmou Basto.

Esta foi a primeira vez que o ex-diretor Costa dep�s � Justi�a. Jo�o Mestieri, advogado de Costa, n�o revelou o que seu cliente disse ao juiz. Entretanto, ele afirmou que o ex-diretor n�o citou novos nomes al�m dos j� citados na dela��o premiada.

Tamb�m falaram ao juiz nesta quarta outros tr�s r�us: Pedro Argese Junior, Esdra de Arantes Ferreira e Leandro Meirelles. Contudo, os dez acusados da den�ncia formulada pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) pela pr�tica de crime de lavagem de dinheiro e de crimes de pertin�ncia a grupo criminoso participaram da audi�ncia.

Os demais r�us no processo s�o: Ant�nio Almeida Silva, M�rcio Andrade Bonilho, Murilo Tena Barros, Leonardo Meirelles e Waldomiro Oliveira. Eles ser�o ouvidos no dia 20 de outubro, conforme a Justi�a Federal.

Opera��o Lava Jato
Paulo Roberto Costa � um dos acusados na opera��o Lava Jato, que foi deflagrada no dia 17 de mar�o deste ano em v�rios estados brasileiros e no Distrito Federal. A opera��o investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evas�o de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilh�es.

De acordo com a PF, a organiza��o criminosa era liderada pelo doleiro Alberto Youssef, que est� detido em Curitiba. Ap�s ser preso, Costa chegou a ser libertado no dia 19 de maio por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi preso novamente no dia 11 de junho a pedido Minist�rio P�blico Federal (MPF).

Depois de homologar o acordo de dela��o premiada no dia 30 de setembro, Zavascki transferiu para a Justi�a Federal do Paran� a decis�o sobre a pris�o domiciliar de Costa. O juiz S�rgio Moro oncedeu o benef�cio.

No dia 1� de outubro, Costa foi transferido para o Rio de Janeiro, onde cumpre pris�o domicilar, em um condom�nio no Bairro da Tijuca. Ele est� sendo monitorado por uma tornozeleira eletr�nica.

Entenda a dela��o premiada
O processo de dela��o premiada � a confiss�o de informa��es em troca da possibilidade de redu��o de pena ou outros benef�cios. Costa come�ou o acordo com a Justi�a no dia 29 de setembro. De l� pra c�, foram v�rios depoimentos na sede da PF do Paran�. Alguns, inclusive, aos fins de semana. Durante esse per�odo, Costa denunciou pol�ticos que teriam se beneficiados de um esquema de pagamento de propina em contratos da Petrobras com outras empresas.

Segundo a homologa��o feita pelo ministro Zavascki, h� a confirma��o oficial de um poss�vel envolvimento de v�rias autoridades com foro privilegiado, inclusive parlamentares federais, citados na dela��o de Paulo Roberto. No entanto, o conte�do detalhado dos depoimentos � sigiloso para resguardar as investiga��es.

Em nota divulgada no dia 30 de setembro, o MPF informou que a colabora��o premiada � um m�todo de investiga��o moderno e valioso para elucidar crimes complexos. "Por vezes, somente quem tem conhecimento dos detalhes da atividade criminal s�o os pr�prios agentes. As informa��es prestadas pelo colaborador ficam sempre sujeitas � verifica��o e � corrobora��o", diz um dos trechos da nota.

O ex-diretor Paulo Roberto ocupou a dire��o de Refino e Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, nos governos Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir