Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-10-2014

Morales pode ganhar 3º mandato
Pesquisas indicam sua vitória até em Santa Cruz, bastião da oposição. Segundo analistas, oposição está fragmentada.
Morales pode ganhar 3º mandato
Foto: g1.globo.com

O presidente Evo Morales é amplamente favorito para vencer as eleições bolivianas deste domingo (12). Ele está convencido de que desta vez ganhará em todas as regiões da oposição onde nunca venceu. "Desta vez vamos ganhar nos nove departamentos, vamos dar um golpe no império, no neoliberalismo e nos separatistas", disse o líder na véspera do encerramento de sua campanha na capital, La Paz.
As pesquisas apontam que Morales se reelegerá com 59% dos votos - e que pela primeira vez pode vencer nas nove regiões do país. O presidente diz que espera superar os 64% dos votos que conseguiu em 2009. Se ele ganhar o direito de governar pelo terceiro mandato seguido, ele será o presidente que mais tempo terá governado o país.
Mas o governador opositor Rubén Costas desafiou Morales a vencer em Santa cruz, a região mais rica e extensa e um bastião da oposição. Em 2008, Santa Cruz liderou uma rebelião pela autonomia de cinco regiões contra Morales, que denunciou na época que a ação era um plano para o tirar do poder e separar essa região do país.
Em segundo lugar nas pesquisas está o empresário do cimento Samuel Doria Medina, escolhido da aliança de centro-direita Unidad Demócrata. As pesquisas o colocam como 18% dos votos.
Santa Cruz representa 25% do eleitorado nacional e é uma região emblemática por sua força econômica e política. Nos últimos anos, o presidente fez alianças políticas com poderosas associações empresariais dessa região e financiou obras para mudar a cara da cidade - o que lhe deu amplo apoio.
Com menores chances nas pesquisas estão o ex-presidente Jorge Quiroga, do direitista Partido Democrata (PD), o ex-prefeito de La Paz Juan del Granado, do esquerdista Movimento Sem Medo (MSM), e o líder indígena Fernando Vargas, do Partido Verde (PV).
A oposição está "fragmentada" e sem um "discurso único" frente ao oficialismo, o que terminou favorecendo Morales, disse à agência de notícias Associated Press o professor de ciência política da universidade de La Paz Marcelo Silva.

Estabilidade econômica
No governo desde 2006, Morales foi favorecido por um extraordinário clima econômico, com bons preços das matérias-primas e substanciais incrementos nos investimentos que lhe permitiram empreender em grandes obras.
Essa estabilidade econômica aliada a uma vasta propaganda e a uma retórica anti-imperialista são as bases de sua popularidade, segundo analistas, que dizem que na prática Morales é menos radical do que alguns de seus aliados, como o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez e seu sucessor, Nicolás Maduro.
Retórica à parte, Morales administra a economia com critérios modernos "similares aos de muitos países considerados neoliberais", segundo disse em entrevista à Associated Press Eduardo Gamarra, professor da Universidade Internacional da Florida, nos Estados Unidos.
"O modelo econômico não foi modificado na medida em que o governo quer fazer crer com sua retórica antineoliberal, anticapitalista", disse. "O que o governo fez foi dar autonomia ao ministro da Economia para que a administre seguindo regras modernas, ainda que tenha um discurso político do século XX. A Bolívia não é uma economía socialista mais além dessa retórica."
Dia de eleição
Os governos locais emitiram na última quinta normas que proíbem espetáculos públicos, consumo de álcool e concentrações de gente de sexta-feira até o dia da votação.
Cerca de 170 observadores internacionais começaram a chegar ao país. O ex-presidente da Guatemala Alvaro Colom preside a missão da organização dos Estados Americanos (OEA) e também chegaram emissários da União das Nações Sul-americanas (Unasul).

Um total de 5,9 milhões de eleitores foram convocados a votar no domingo para eleger um presidente, um vice, 130 deputado e 36 senadores.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ana Luiza Schetine    |      Imprimir