Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-10-2014

Mãe de brasileira morta na Espanha decide viajar
Gisele Dorneles foi assassinada na última sexta-feira (3). marido é suspeito. Pai de vítima já está na Europa, mas crianças devem voltar com avó.
Mãe de brasileira morta na Espanha decide viajar
Foto: g1.globo.com

A mãe da brasileira Gisele Dorneles, 28 anos, assassinada em Barcelona, decidiu nesta sexta-feira (8) ir para a Espanha buscar os netos, um menino de 5 e uma menina de 4 quatro anos de idade. Desde que a gaúcha foi morta e o marido foi preso pelo crime, as crianças estão em um abrigo no país europeu.

Maria Cristina Colares Dorneles Ramos já havia assinado uma procuração para o ex-marido, Eduardo Tadeu Fiscuk, trazer os netos para o Brasil. Ele já está na Europa desde a tarde de quinta-feira (9) resolvendo questões burocráticas referentes ao translado dos restos mortais. Entretanto, ela mudou de ideia e diz que se sente melhor e prefere ir pessoalmente buscar as crianças com o atual marido.

"O governo do estado pagará as passagens de ida e volta e para as crianças. Pediram que nós, como avós, fôssemos, pois tinham mais afinidade conosco. As crianças reconheciam eu e meu marido através de fotos. Reconheceram o vôvô e a vovó. Já o Eduardo (pai biológico de Gisele) não tinha convívio com os netos", explica. A viagem deve ocorrer na terça-feira da próxima semana, já que eles aguardam o passaporte ficar pronto.

Maria Cristina diz que recebeu do consulado brasileiro na Espanha a informação de que as crianças estão tendo assistência na casa de passagem. Mesmo assim, a apreensão só acabará após o encontro familiar.

"Causa uma expectativa muito grande, estamos apreensivos. Queremos vê-los, brincar com eles, saber como estão", conta.

Gisele era natural de Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e foi encontrada morta no apartamento onde morava em Barcelona na última sexta-feira (3).
Segundo a polícia espanhola, a mulher foi assassinada a facadas pelo companheiro, também brasileiro, que foi preso no local do crime.

"Fez uma semana que tiraram minha filha de mim. Tive muito desespero por ela ter morrido há uma semana. Chorei a manhã inteira e a tarde inteira de sexta", conta.

Segundo ela, uma manifestação deveria marcar a data, mas foi cancelada devido à chuva. "Chegamos a nos reunir em frente a igreja, e ali me abraçaram. Estão todos comigo. Foi um dia muito tumultuado", lembra.

Por questões financeiras, a família optou pela cremação do corpo, que deve ocorrer antes do retorno ao Brasil. "Nós vamos cremar o corpo lá e vamos trazer as cinzas. Por ser mais viável financeiramente e também pelo fato de a morte ter sido tão brutal", explicou a mulher.

A família não tem condições de arcar com as despesas da viagem, que inclui o traslado do corpo. O Ministério das Relações Exteriores informou que o consulado brasileiro na Espanha vai auxiliar a família a trazer os dois filhos ao país. O pagamento das passagens das crianças já está garantido, segundo o governo gaúcho, que tenta agilizar o processo. Ambas estão em um abrigo espanhol desde a morte da mãe.

"O meu ex-marido vai ser apresentado como vô, mesmo que não conheça as crianças pessoalmente ainda. Se elas aceitarem, virão com ele para o Brasil. Senão, meu marido terá que ir buscá-los", afirma a mulher, que já encaminhou documentos para garantir a guarda dos dois netos.

De acordo com a mãe da vítima, a filha era frequentemente ameaçada pelo companheiro. "Ele agredia ela onde tivesse que for. Em público, em shopping, em restaurante. Uma vez eles estavam jantando, ele cravou um garfo na mão dela só porque ela disse alguma coisa que ele não gostou", lembra Maria Cristina.

Segundo ela, a filha se mudou para o país europeu há oito anos para trabalhar, mas fixou residência apenas em 2009.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ana Luiza Schetine    |      Imprimir