Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-10-2014

Youssef pede para ser dispensado de depoimento à CPI da Petr
Doleiro foi convocado a prestar esclarecimentos na próxima quarta-feira. Defesa informou que o cliente permanecerá calado durante a sessão.
Youssef pede para ser dispensado de depoimento à CPI da Petr
Foto: g1.globo.com

A defesa do doleiro Alberto Youssef enviou nesta quinta-feira (23) uma petição à CPI mista da Petrobras pedindo para que ele seja dispensado do depoimento para o qual foi convocado e que está marcado para a próxima quarta-feira (29).

Na petição, a defesa alega que, caso a sessão seja mantida, Youssef ficará calado e não responderá às perguntas dos parlamentares, a exemplo do que fez o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ambos foram presos pela Polícia Federal acusados de chefiarem um esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina que teria movimentado R$ 10 bilhões.

A defesa do doleiro informou, no documento enviado à CPI mista, que o doleiro tem direito e dever de permanecer calado diante dos parlamentares, uma vez que ele negocia acordo de delação premiada com a Justiça, processo que exige sigilo.

"O silêncio do demandante perante essa Comissão Parlamentar Mista de Inquérito não só é um direito seu, como além disto, é um dever a ele imposto pela lei", alegaram os advogados.

A petição salienta que o doleiro pretende se manter calado mesmo que a sessão seja secreta, ou seja, restrita aos parlamentares. Como Youssef foi convocado a comparecer, ele será obrigado a ir ao Congresso caso a CPI mantenha o depoimento.

"Essa defesa maneja a vertente petição para requerer a dispensa de Youssef da assentada que será realizada na próxima quarta-feira tendo em vista que ele pretende se reservar no direito ao silêncio durante tal oitiva. Salienta-se, por derradeiro, que tal pretensão vale tanto para uma sessão pública, como para uma sessão secreta", alegou a defesa.

Os advogados argumentaram, ainda, que o doleiro tem direito de ter seu nome, qualificação e imagem preservados e de não ser fotografado ou filmado, o que poderá ser violado caso ele compareça à CPI.

O presidente da CPI mista, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que consultará os líderes partidários que integram a comissão para definir se manterá a sessão de pé. Ele tomará uma decisão até sexta-feira (24).

O senador ponderou o custo gerado pelo traslado do doleiro de Curitiba, onde está preso, até o Congresso Nacional, em Brasília. "O custo disso nós vamos avaliar para depois não se perguntar: ‘mas você chamou sabendo que ele não ia permanecer. Por que?’. O Paulo Roberto a gente não sabia que isso aconteceria, tinha a impressão de que ia acontecer. No caso dele, tem a certeza dada pelo advogado", afirmou o presidente.

Juiz determina comparecimento
Nesta quinta, o juiz federal Sérgio Moro, relator de processos relativos à Operação Lava Jato, determinou o comparecimento de Alberto Yousseff à CPI mista da Petrobras na próxima quarta-feira (29). A decisão segue pedido feito nesta quarta (22) pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que agendou o depoimento de Youssef, mas aguardava decisão do juiz.

Youssef está preso desde março em Curitiba. No início deste mês, após acordo de delação premiada assinado em troca de redução de pena de prisão, Youssef começou a prestar depoimentos a procuradores do Ministério Público e a delegados da Polícia Federal.

A oposição intensificou a cobrança da ida de Youssef à CPI mista depois que foram divulgados trechos dos depoimentos prestados por ele e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como parte de acordo de delação premiada. O requerimento de convocação de Youssef à CPI já havia sido aprovado, mas dependia da iniciativa do presidente da comissão de marcar o depoimento.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir