Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-10-2014

Sequestrado no Paraguai, filho de brasileiro está bem
Arlan Fick, de 17 anos, diz que deve ser libertado "muito em breve". Jovem pede ajuda do governo brasileiro para voltar em segurança à família.
Sequestrado no Paraguai, filho de brasileiro está bem
Foto: g1.globo.com

Arlan Fick, filho de um fazendeiro brasileiro que vive no Paraguai, está vivo e deve ser libertado em breve, após mais de 200 dias de cativeiro. A mensagem foi divulgada pelo Exército do Povo Paraguaio (EPP), grupo responsável por seu sequestro, através de um vídeo enviado ao governo paraguaio.

Durante uma entrevista coletiva em Concepción, o ministro do Interior do Paraguai, Francisco de Vargas, apresentou o vídeo a jornalistas, mas afirmou que o governo de seu país não irá negociar com nenhuma organização criminal.

Arlan Fick, de 17 anos, foi sequestrado no dia 2 de abril, quando integrantes do Exército do Povo Paraguaio invadiram a fazenda de seu pai, o brasileiro Alcido Fick, para roubar alimentos. Eles pediram um resgate de US$ 500 mil e a distribuição de comida, mas mesmo após terem as exigências atendidas não liberaram o rapaz.

Vídeo
Sob uma tenda improvisada, Fick aparece sentado em um banco, ao lado de outro refém, o policial Edelio Morínigo. Atrás deles estão pelo menos quatro homens armados e, ao final do vídeo, é possível ver supostas bombas espalhadas ao redor dos pés dos sequestrados.

O primeiro a falar é Moríngio, e na sequência Fick lê uma mensagem escrita em uma folha de papel. Logo no início ele fala que aquele é o dia 18 de outubro, sábado, e cita o assassinato do jornalista Pablo Medina, no dia 16, para comprovar que a gravação é recente.

Após dizer que está bem de saúde, ele acusa o governo paraguaio e pede ajuda ao brasileiro. "Na noite de 2 de abril eu fui testemunha quando a Força de Tarefa Conjunta matou Vital Arce, e por esse motivo o governo paraguaio quer me assassinar.

O EPP vai cumprir o que prometeu ao meu pai e quer se assegurar que, uma vez libertado, eu possa chegar a minha família são e salvo", lê.

"Peço a mediação do chefe governo brasileiro para garantir minha vida depois que a guerrilha me liberar", acrescenta. Depois, já sem ler, ele fala diretamente aos pais. "Mamãe, papai, quero lhes dizer que estou bem, que não se preocupem. Não me fizeram nada desde que cheguei aqui. Estou bem, me tratam bem, não me falta nada e que se Deus quiser muito em breve estaremos juntos outra vez", conclui.

Após assistir ao vídeo, o pai do jovem fez uma rara declaração à imprensa. Em entrevista à rádio "780 AM", ele falou sobre o sentimento de "emoção e tristeza ao mesmo tempo. Queremos abraçá-lo e beijá-lo, mas ao menos estamos mais aliviados. Fiquei contente por que vi que ele está bem e ele disse isso também", afirmou.

De acordo com o Itamaraty, a embaixada brasileira no Paraguai e a Polícia Federal brasileira estão colaborando com as autoridades paraguaias no caso.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ana Luiza Schetine    |      Imprimir