Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 27-10-2014

“POR QUE TANTA IGREJA?”

“POR QUE TANTA IGREJA?”

Eis aí uma perguntinha recorrente em todo lugar, a qualquer hora e endereçada a um número incalculável de pessoas de variadas classes e de múltiplas escolaridades.

Pois o aluno, aparentemente sem quê nem por que, dirigiu-se a mim com essa indagação, cortando-me no entusiasmo com que discorria sobre incoerência textual, numa aula de Língua Portuguesa.. Algo me diz que o assunto que estava sendo tratado o provocou; mas disso não tenho tanta convicção.

Aí, comecei a "viajar" na pergunta que, normalmente, não dou a importância que, quem sabe, o meu leitor dê. Sempre fui meio irônico em relação a ela: Por que ninguém se importa com a criação incessante de praças públicas, por exemplo? Com o volume cada vez maior de shoppings que se constroem por aí? Por que tanto quiosque nas orlas? Por que tantos campos de futebol?

Eu sei. Você vai dizer "Nada a ver", "O Cara pirou". Sim, mas minha "piração" é por entender que as coisas surgem dentro de juma necessidade de atender a determinada demanda. Pessoas é que importa. É ou não é? Aí, eu não me vejo tão louco! Se existe um seguimento da população que "dá valor" àquele tipo de espaço, digamos assim, ele passa a existir em função dessa necessidade que pode não ser de todos, mas vem de encontro ao gosto de muitos. E fui mais além. Resolvi elaborar minha resposta em forma de interjeições. Aí vão elas:

Que bom! Teoricamente, as pessoas estão ficando mais religiosas, estão dando mais atenção ao divino, estão menos egoístas, descobriram que o seu lado espiritual precisa ser alimentado tanto quanto o seu lado físico. As pessoas estão olhando mais "para cima"! Será??

Por outro lado, que pena! Causa certa comiseração saber que grande parte desses grupelhos surge, tendo por pano de fundo: intolerâncias, incompreensões, desavenças, incapacidade de aceitar o outro com as suas imperfeições... Quando não é, declaradamente, uma obstinação pelo poder. Querer ser chamado de líder, de pastor e, às vezes, sem reunir o mínimo necessário para sê-lo. Ou, só o mínimo. Olhando assim, a gente sente dó dos incautos...

Que coisa estapafúrdia! - cabe aqui, também. As pessoas estão perdendo a capacidade de admirar-se ante o que é simples. Andam à procura de emoções, estranhas "admirações", em prejuízo da necessária e legítima admiração. A filosofia diz que admiração é o forte do filosofar. E filosofar admirando-se diante daquilo que nos envolve, o que não é pouca coisa! O esoterismo e as seitas que pululam por aí mostram que as pessoas querem mais do que já existe para admirar e pensar. É uma espécie de cegueira!

Tenho outra interjeição: Que incoerência! Não são as igrejas que surgem, são pessoas que se ajuntam e as estabelecem, obviamente. O rapaz questionava a pluralidade de igrejas, fazendo parte de uma delas, dessas recém-criadas. Pergunta simples: Por que não procurou um grupo que tem pelo menos uma honrosa História? No caso dele: promove o surgimento de igrejas no bairro e ao mesmo tempo questiona...

Por fim: Que maravilha! A multiplicidade de templos aqui mencionada são ramificações do Cristianismo. Jesus de Nazaré, em certa ocasião respondeu a um questionamento similar a esse: "Senhor, são poucos os que se salvam?" A resposta d’Ele foi lapidar, tipo: "Preocupe-se com isso, não! Pelo contrário, procure estar entre aqueles que já encontraram o caminho da renúncia, a porta estreita... O que equivale dizer: " Vá com os que estão Comigo, porque Eu estou com eles. "O caminho sou Eu". "A porta sou Eu". ( Lucas 13.23; João 10.10; 14.6.)

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Por:  Silvio Gomes Silva    |      Imprimir