Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-11-2014

Motoristas marcam paralisação de ônibus em protesto contra v
Sindmotoristas diz que manifestação ocorre das 10h às 14h desta quarta. "Categoria está amedrontada", diz Noventa, presidente da categoria em SP.
Motoristas marcam paralisação de ônibus em protesto contra v
Foto: g1.globo.com

O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano (Sindmotoristas) promete interromper a circulação dos ônibus da capital paulista nesta quarta-feira (5), entre 10h e 14h, para protestar contra a violência enfrentada pela categoria nos coletivos.

O estopim do protesto, segundo o sindicato, foi a morte do motorista John Carlos Soares Brandão, que teve o corpo queimado quando dirigia um ônibus em uma linha da Viação Santa Brígida, no Parque São Domingos, na Zona Norte.

O veículo foi invadido por criminosos no dia 18 de outubro. Segundo relatos, eles jogaram combustível no motorista, que demorou para sair do ônibus porque teve dificuldades para soltar o cinto de segurança. O condutor ficou 4 dias internado no Hospital Estadual de São Mateus, na Zona Leste, mas morreu.

Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), desde o início deste ano foram incendiados 119 ônibus e outros 795 sofreram algum tipo de vandalismo. No ano passado, foram incendiados 65 coletivos e 1216 alvos de vandalismo.

Além de paralisar os 32 terminais da cidade, o grupo irá fazer um ato nas redondezas do Terminal Parque Dom Pedro 2º, na região Central. Com a manifestação, a circulação dos veículos será interrompida.

"O motivo é para protestar contra esses incêndios nos ônibus. A própria população está sendo atacada covardemente. Nós não estamos questionando o bem material, estamos questionando o bem que é a vida", afirmou o presidente do Sindmotoristas, José Valdevan de Jesus Santos, conhecido como Noventa.

"Nós não queremos que aconteça o pior para nós reagirmos. Por isso, queremos que a população também venha participar", disse Noventa. O sindicato distribuiu panfletos nos ônibus convocando a população, através de ONGs, igrejas e comunidades, para participar.

De acordo com o Sindmotoristas, a frota de ônibus da capital conta com 14,8 mil veículos, sendo que 8,8 mil são operados pelas empresas aos quais os funcionários são ligados ao sindicato da categoria. Segundo balanço do sindicato, pelo menos dez motoristas e cobradores tiveram queimaduras durante incêndios aos veículos neste ano. "A nossa categoria está amedrontada com essas ações covardes que vem acontecendo", relatou.

Para tentar diminuir a violência contra a categoria, Noventa diz que vai cobrar das autoridades uma solução para o problema. Ele afirmou que irá se reunir nesta semana com representantes da segurança do estado.

Entre as reivindicações que serão feitas está a criação de uma delegacia específica para atender esses casos de vandalismo contra ônibus e reforço do efetivo da PM em áreas de maior vulnerabilidade, como nas regiões de Pirituba e Jardim Peri, na Zona Norte, Cidade Tiradentes e Itaim Paulista, na Zona Leste e área do M’Boi Mirim, na Zona Sul.

Protestos
No dia 23 de outubro, os motoristas e cobradores fecharam quatro terminais nas Zonas Oeste e Norte para protestar contra a morte de John Carlos Soares Brandão. Foram afetados os terminais Pirituba, Lapa, Cachoeirinha, Casa Verde e Barra Funda.

Em maio deste ano, a paralisação atingiu metade dos terminais da cidade e afetou milhares de passageiros. Na ocasião, funcionários da empresa Santa Brígida furaram pneus de ônibus no Largo do Paiçandu durante manifestação contra o reajuste salarial aceito pela categoria após proposta das empresas. A diretoria do Sindicato dos Motoristas de São Paulo disse que não teve nenhuma relação com a paralisação e foi surpreendida com o movimento.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir