Categoria Geral  Noticia Atualizada em 08-11-2014

Câmera flagra carro de suspeito de estupro seguindo garota e
Imagens reforçam versão de menina de 13 anos de rapto na Grande SP Preso também é investigado por suspeita de estuprar mais três mulheres.
Câmera flagra carro de suspeito de estupro seguindo garota e
Foto: g1.globo.com

Câmeras de segurança gravaram o momento em que uma garota de 13 anos é seguida pelo carro do caseiro preso suspeito de estupra-la e jogá-la de uma barragem em Mairiporã (SP) na noite de quarta-feira (7). A menina sobreviveu à queda e conseguiu pedir ajuda. O homem está preso e é investigado por mais três ataques sexuais no estado.

O G1 teve acesso a imagens que mostram a adolescente caminhando acompanhada de colegas e também do carro do suspeito acompanhando, à distância, a vítima. O material foi entregue à Polícia Civil e encaminhado à perícia do Instituto de Criminalística (IC) da Superintendência da Polícia Técnico-Científica.

Para a investigação e peritos, a gravação reforça a versão da adolescente de que o agressor a perseguiu na noite de quarta-feira, quando ela voltava da escola com amigas. De acordo com o relato da vítima, o motorista de um Corsa preto se aproximou quando ela estava sozinha e a ofereceu carona. Como recusou o convite, o condutor a teria ameaçado com uma faca para que entrasse no veículo.

A menina só foi encontrada na manhã de quinta-feira (6), quando contou a um vigia que sobreviveu a uma queda de cinco metros de altura da barragem Sete Quedas.

A adolescente disse que suas mãos foram amarradas com corda e que depois foi levada para uma das chácaras onde o agressor trabalhava como caseiro. Lá, a despiu, agrediu e estuprou. Depois a colocou novamente no carro, onde a violentou mais duas vezes. Em seguida, a adolescente continuou amarrada e foi arremessada na água com um saco na cabeça.

A garota contou ainda que, mesmo com a queda, conseguiu soltar as mãos presas com corda e nadou até a margem, onde ficou escondida. Segundo a menina, o caseiro voltou mais cinco vezes ao local para se certificar que ela teria se afogado. Na manhã seguinte, a vítima caminhou em uma mata até encontrar uma guarita de vigilância onde pediu ajuda ao vigia, que telefonou para os pais da adolescente.

Com as informações que a menina deu a polícia, como as letras da placa do carro, o modelo e cor do veículo, policias militares encontraram o suspeito, o caseiro José Edilson de Oliveira, de 45 anos, que foi preso em flagrante. O homem estava em casa, onde mora com a mulher e os dois filhos. Ele teria confessado o crime. No veículo foi encontrada uma corda e o telefone celular da vítima, segundo policiais.

Acompanhada dos pais na Delegacia de Mairiporã, a adolescente reconheceu o caseiro como o homem que a obrigou a entrar em seu carro e a violentou.

Mais denúncias
O caseiro também está sendo investigado por estupros que teriam sido cometidos na capital, em Atibaia e Bragança Paulista, cidades do interior do estado. A informação é da Polícia Civil. De acordo com a delegada assistente Luciana Raffaelli Santini, após a prisão e divulgação da imagem de José de Oliveira na imprensa, três mulheres telefonaram para a delegacia dizendo que foram estupradas por ele. As possíveis vítimas foram convidadas a ir a Mairiporã fazer o reconhecimento do suspeito.

"Uma vítima é do bairro do Tucuruvi, Zona Norte de São Paulo. Outra de Atibaia ligou falando que além de estupra-la, ele [Oliveira] atirou duas vezes no seu rosto. A terceira mulher atacada é de Bragança Paulista", afirmou a delegada Luciana, nesta sexta-feira (7) ao G1. "Todas viram o agressor na TV e decidiram ligar para cá".

Segundo a policial, mais mulheres que podem ter sido abusadas pelo caseiro. Ela pede que as denúncias sejam feitas pelo telefone (11) 4604-2230. "As vítimas podem vir aqui que serão tratadas com dignidade. Além de mim, a delegacia tem outras mulheres trabalhando aqui, por exemplo, a própria delegada titular [Claudia Patrícia Dalvia]", falou Luciana.

Suspeito
José de Oliveira foi indiciado por estupro de vulnerável, tentativa de assassinato e dano ao patrimônio público. De acordo com a delegada, policiais militares disseram que o caseiro confessou os crimes cometidos contra a adolescente. Apesar disso, a confissão dele não aparece no boletim de ocorrência.

"Ele preferiu se reservar ao direito de só falar à Justiça", disse a delegada de Mairiporã. O G1 não foi autorizado pela polícia para falar com Oliveira. Apesar de o caseiro ter advogado constituído, a equipe de reportagem não conseguiu localizá-lo para comentar o caso. O nome do defensor também não foi informado.

Até a publicação da reportagem, Oliveira permanecia detido na delegacia de Mairiporã. A polícia aguarda uma vaga no sistema prisional para transferi-lo. "Espero que ele [Oliveira] fique preso o resto da vida pelo mal que ele fez a minha filha", disse na manhã desta sexta-feira (7) a mãe da adolescente, que não foi autorizada pelos pais a falar com o G1.

"Estou arrasado, arrasado mesmo. Ontem [quarta-feira] eu não jantei, hoje [quinta-feira] não almocei. Chorei tanto que eu nem sei contar pra você. Eu quero Justiça porque um homem desse no mundo é pra viver na prisão", disse o pai da vítima, na quinta-feira.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir