Categoria Geral  Noticia Atualizada em 08-11-2014

Cunha recusa rótulo de oposicionista, mas diz que não será s
Líder do PMDB disputará presidência da Câmara contra desejo do governo. Líder do PT, que lançará candidatura própria, não vê acordo com Cunha.
Cunha recusa rótulo de oposicionista, mas diz que não será s
Foto: g1.globo.com

O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), afirmou nesta sexta-feira (7) que não disputará a presidência da Câmara como candidato de oposição. Embora tenha comandado na Casa votações que representaram derrotas para o governo, ele disse que, se eleito, adotará uma atitude "correta" e "respeitosa" com o Executivo, mas sem "submissão".

"A nossa candidatura não é uma candidatura de oposição, é uma candidatura que quer buscar o Parlamento", afirmou ao G1. Nesta quinta-feira, Cunha afirmou ter conversado sobre o assunto com o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, que teria dito a ele para buscar apoio de partidos da base aliada para que não seja visto como candidato da oposição.

Também nesta quinta, a bancada do PT na Câmara decidiu lançar candidatura própria para a presidência. O líder do partido, deputado Vicentinho (PT), chegou a dizer que não via possibilidade de acordo com o peemedebista. Cunha classificou a decisão dos petistas como "um direito democrático de disputar".

Nas últimas semanas, o líder peemedebista tem se reunido com outros partidos em busca de apoio ao seu nome. O PTB, PSC, PR e o Solidariedade, siglas que ao lado do PMDB compõem um bloco informal de insatisfeitos com o governo, já sinalizaram que deverão fechar com ele.

Cunha se recusa a renovar um acordo feito com o PT pelo qual os dois partidos se alternam no comando da Casa, hoje com o PMDB. As duas legendas continuarão com as maiores bancadas: o PT elegeu 70 deputados para a próxima legislatura e o PMDB, 66.

O PT, por sua vez, não quer abrir mão da vaga. Em resposta à articulação costurada por Cunha, lideranças do partido foram designadas para sair a campo e procurar parlamentares de outras legendas atrás de suporte para lançar uma candidatura. O nome ainda será definido. As eleições acontecem em fevereiro.

Diálogo
O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), próximo a Cunha, vê poucas chances de sucesso na vitória do PT. Parte dos parlamentares defende que o Legislativo seja comandado por um partido diferente do da presidente Dilma Rousseff, reeleita para mais quatro anos. "Eles estão procurando os partidos com um discurso de imposição de um nome do PT, com o discurso que tem que ser deles, não estão construindo uma candidatura", criticou Lima.

Para ele, eventual candidatura do PT terá o "carimbo da subserviência, da dependência dos poderes, da não negociação de pautas [na Câmara]".

Apesar das conversas avançadas com Cunha, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), disse não descartar o diálogo com o PT. "Ele [Cunha] chegou antes, como diz a gíria, mas nada impede de ouvirmos [o PT]", disse. Arantes contou que ainda não foi procurado por ninguém do PT, mas ressalvou que considera importante que o governo se mantenha distante nesse processo para não parecer uma interferência indevida.

"Uma coisa que não precisa é o governo se meter. Quanto menos o governo se envolver melhor", disse. "A Casa precisa valorizar o seu papel."

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir