Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-11-2014

Assaltantes mandaram vítima decidir como queria morrer, diz
Caseiro teve o corpo incendiado durante assalto a fazenda em Brodowski. Ele teve 40% do corpo queimados; câmeras flagraram a ação do grupo.
Assaltantes mandaram vítima decidir como queria morrer, diz
Foto: g1.globo.com

É grave, porém estável, o estado de saúde do caseiro Pedro Fagundes, de 49 anos, que teve o corpo incendiado durante um assalto a uma fazenda entre a noite de sábado (8) e a madrugada de domingo (9), em Brodowski (SP). Segundo o delegado responsável pelo caso, José Augusto Franzine, a vítima relatou que precisou escolher como seria morta. "Eles deram a opção para ela: ou ela seria queimada ou levaria um tiro na cabeça. Segundo ela, escolheu ser queimada", diz Franzine.

Fagundes teve 40% do corpo queimados e sofreu ferimentos de segundo e terceiro grau. Ele permanece internado e sem previsão de alta no Hospital das Clínicas (HC), em Ribeirão Preto (SP).

Imagens feitas pelas câmeras de segurança devem ajudar a polícia a identificar os suspeitos. Ninguém foi preso.

O crime aconteceu noite de sábado e a madrugada de domingo, quando quatro suspeitos armados invadiram a fazenda e renderam o caseiro. "As imagens mostram que eles chegaram e renderam o vigia, depois o amarraram e o deixaram sob escolta, provavelmente, de um deles e começaram a subtrair os produtos. O que chama a atenção é que, aparentemente, eles sabiam onde estava o que eles queriam. A ação foi rápida e eles levaram só herbicidas e inseticidas", revela o delegado.

Segundo Franzine, após roubar os produtos os suspeitos agiram de forma cruel e deram ao caseiro duas opções para que fosse morto, sendo que ele deveria escolher uma delas. "A vítima fala que no final eles iam matá-la. Eles deram a opção para ela: ou ela seria queimada ou levaria um tiro na cabeça. Que, segundo ela, escolheu ser queimada", afirma.

De acordo com a sobrinha do caseiro, Cristiane Siena, os suspeitos tiraram a gasolina do carro do tio, jogaram sobre o corpo dele e atearam fogo, inclusive no veículo onde ele foi preso durante a ação. Cristiane afirma que Fagundes conseguiu sair do automóvel e caminhou por cerca de 300 metros, até chegar a uma rodovia. Ele foi sorrido por um grupo de pessoas, que o levou ao Pronto-Socorro de Brodowski. De lá, o caseiro foi encaminhado em estado grave ao HC, onde permanece internado. "Os médicos disseram que ele não corre risco de morrer, a situação é estável, mas o tratamento é bem longo. Estamos horrorizados com a violência. A pessoa está trabalhando e chega alguém e coloca fogo como se fosse uma coisa qualquer. Ele está bem assustado, traumatizado. É uma situação muito difícil para ele", diz.

Com as imagens do circuito de segurança, o delegado espera que o crime seja rapidamente solucionado. As delegacias das cidades vivinhas a Brodowski foram acionadas, já que Franzine suspeita que a quadrilha atue na região. "Eu acredito que era um grupo de pessoas que sabia o que queria, onde achar e para quem vender", diz.

Para o delegado, o grupo agiu com extrema crueldade. "Não é comum uma coisa dessas. Eles já estavam com os produtos, eles não tiveram nenhuma reação da vítima ou qualquer outra coisa que pudesse dificultar o trabalho deles, eles não teriam porque fazer isso."

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir