Categoria Geral  Noticia Atualizada em 13-11-2014

Começa júri do trio canibal acusado de homicídio em Olinda
Réus respondem por homicídio, vilipêndio e ocultação de cadáver de jovem. Duas testemunhas devem ser ouvidas em sessão no Fórum do município.
Começa júri do trio canibal acusado de homicídio em Olinda
Foto: g1.globo.com

Acontece, nesta quinta-feira (13), o julgamento de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva, acusados de homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio (violação) e ocultação de cadáver de Jéssica Camila da Silva Pereira, no Fórum de Olinda. A juíza titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Olinda, Maria Segunda Gomes de Lima, preside a sessão.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco, a vítima, que tinha 17 anos na época do crime, foi assassinada pelos acusados em maio de 2008, no Loteamento Boa Fé 1, bairro de Rio Doce. Os réus, que atualmente estão presos, são acusados de ter esquartejado o corpo e guardado pedaços da carne para consumo humano, além de ter ocultado os restos mortais.

Após o crime, Bruna Cristina, uma das acusadas, assumiu a identidade de Jéssica Camila e o trio passou a criar a filha da vítima. Os três estão sendo acusados por homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil, com emprego de meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima e para assegurar impunidade, ocultação e outros crimes).

Um laudo técnico emitido em novembro passado atestou que os três não têm problemas mentais e, com isso, poderiam responder aos atos que cometeram. O homem e as duas mulheres foram avaliados pelo Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife. Os acusados também respondem por duas mortes em Garanhunsx, no Agreste do estado.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco, a sessão começa com sorteio dos jurados que vão compor o Conselho de Sentença. Em seguida, haverá a leitura da denúncia. Logo depois, as duas testemunhas serão ouvidas. O próximo passo será a ouvida dos réus. Terminada a fase de ouvidas, têm início os debates, que podem durar até nove horas.

Ao fim dessa etapa, os jurados recolhem-se, em sala reservada, para responder aos questionamentos que definirão se os réus serão condenados ou absolvidos. Por último, a magistrada retorna ao salão do júri para prolatar a sentença.

Entenda o caso
O inquérito relata que Jéssica Pereira era moradora de rua, tinha 17 anos, uma filha de um ano e aceitou viver com os acusados. Eles planejaram ficar com a criança depois de matar a mãe. Em Garanhuns, as vítimas foram Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, mortas, respectivamente, em fevereiro e março de 2012.

De acordo com a polícia, a carne dos corpos das vítimas era fatiada, guardada na geladeira e consumida pelo trio. A criança, inclusive, também teria comido da carne da mãe. Eles teriam até utilizado parte da carne das vítimas para rechear coxinhas e salgadinhos que vendiam em Garanhuns.

Os acusados afirmam fazer parte da seita Cartel, que visa a purificação do mundo e o controle populacional. A ingestão da carne faria parte do processo de purificação. O caso veio a público depois que parentes de Giselly Helena da Silva denunciaram o seu desaparecimento. Os acusado usaram o cartão de crédito da vítima em lojas de Garanhuns e foram rastreados pela polícia. Uma publicação contendo os detalhes dos crimes - registrada em cartório - foi encontrada na casa dos réus. Para a Polícia Civil de Pernambuco, não há possibilidade de outras mortes terem sido praticadas pelo trio no estado.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir