Categoria Geral  Noticia Atualizada em 19-11-2014

Sindicato prepara ação coletiva no RS contra demissões
Empresa vai demitir cerca de mil funcionários da fábrica em Charqueadas. Rescisão de contrato com a Petrobras selou fechamento da unidade.
Sindicato prepara ação coletiva no RS contra demissões
Foto: g1.globo.com

O Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas está preparando uma ação coletiva contra as demissões em massa na Iesa Óleo & Gás, empresa que está sendo investigada na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e que teve o contrato rescindido com a Petrobras. Cerca de mil funcionários que trabalhavam na construção da fábrica no município serão desligados até a próxima segunda-feira (24). Outros cinco mil trabalhadores indiretos serão prejudicados.


O objetivo é assegurar os direitos da categoria e proteger os funcionários, que não devem contar com pagamento da rescisão, segundo o o presidente do Sindimetal, Jorge Luís Silveira de Carvalho.


"Vamos entrar com esta ação coletiva porque a Iesa, provavelmente, não vai pagar a verba rescisória para tanta gente. Então a gente quer pelo menos garantir a liberação do fundo de garantia e o seguro desemprego para os funcionários", afirma.


O dirigente lamenta que a empresa não tenha contato com a categoria. "A Iesa não tem nenhum canal de comunicação com os funcionários, muito menos com o sindicato. Não presta satisfação. A única coisa que é certa é que na próxima segunda-feira os trabalhadores terão de se apresentar na fábrica para assinar a demissão", diz.


"O impacto social dessa demissão em massa é enorme. Os reflexos na cidade também. O setor imobiliário, o comércio, todos serão atingidos de alguma maneira", acrescenta.
Políticos, empresários e trabalhadores da Região Carbonífera foram a Brasília nesta terça-feira (18) pedir ajuda ao vice-presidente Michel Temer para que o governo federal evite o fechamento da fábrica em Charqueadas.


A Iesa Óleo & Gás investiu R$ 100 milhões na construção da fábrica de Charqueadas para produzir módulos de plataformas de petróleo, em um negócio de R$ 1,3 bilhão com a Petrobras. A empresa emprega mais de mil trabalhadores e gera outros 5 mil empregos indiretos e já enfrentava dificuldades financeiras, tendo entrado, recentemente, com pedido de recuperação judicial.


Na última sexta-feira (21), o presidente da empresa, Valdir Lima Carreiro, e o diretor de operações, Otto Garrido Sparenberg, foram presos pela Polícia Federal na operação Lava a Jato. Eles são suspeitos de participar do esquema de pagamento de propina a políticos para obter contratos com a Petrobras.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir