Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-11-2014

Tarso defende "expulsão imediata" de petistas envolvidos na
Governador prega desfiliação antes de julgamento caso existam indícios. "Necessidade de refundação do PT nunca esteve tão em evidência", diz.
Tarso defende
Foto: g1.globo.com

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, defendeu a "expulsão imediata" do PT de eventuais filiados ao partido antes de qualquer julgamento, caso indícios de evolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato sejam detectados em instâncias internas da sigla.

Questionado acerca das suspeitas contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef como "operador" do suposto esquema de corrupção envolvendo contratos da estatal, o governador gaúcho exigiu rigor.

"Se o tesoureiro do partido compartilhou de qualquer procedimento ilegal, ele tem que ser expulso imediatamente. A minha visão inclusive é de que o partido, através de advogados que manuseiam esse processo, deve verificar se existe algum indício de participação dele e expulsar imediatamente, sem esperar julgamento", afirmou Tarso ao G1.

Não foi a primeira vez que o governador fez críticas abertas ao partido que ajudou a fundar em meio a uma crise. Depois que as denúncias do mensalão passaram a ser investigadas, Tarso também se posicionou em prol de uma "refundação" interna. Para ele, porém, a atual crise política tem um significado ainda maior.

"Nunca a necessidade da questão da refundação esteve tão em evidência como hoje. Se depois de o PT passar por todos aqueles percalços, de repente se flagra pessoas do PT envolvidas em financiamento ilegal de campanha, eventualmente com corrupção, isso só demonstra que essa visão da refundação se torna mais urgente do que foi colocada naquela época", analisou.

Membro da corrente petista "Mensagem ao Partido", que faz oposição aos atuais grupos hegemônicos na direção nacional do PT, Tarso ressaltou que as mudanças podem ocorrer internamente, mas avaliou que, caso o partido não se comprometa com uma reforma política, pode "se tornar um partido igual aos outros", nas palavras dele.

A Operação Lava Jato
A operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, foram expedidos, nesta sétima etapa, 85 mandados em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal.

Conforme balanço divulgado pela PF, além das 23 prisões, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão. Também foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais conseguiram cumprir seis.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir