Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-11-2014

Negro do ABC enfrenta desigualdade do salário e emprego
Políticas públicas eficientes, com foco voltado na Educação e ampliação de oportunidades, são essenciais para reduzir a desigualdade que ainda existe entre negros e não-negros no mercado de trabalho da região.
Negro do ABC enfrenta desigualdade do salário e emprego
Foto: reporterdiario

A conclusão é de especialistas ouvidos pelo RD nesta semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra.


Com exceção de São Bernardo, que adiou o feriado para sexta-feira (21), todas as cidades da região comemoram a data nesta quinta-feira (20).


Nesta semana foi apresentada uma edição especial da Pesquisa de Emprego e Desemprego do ABC, realizada pelo Dieese e pela Fundação Seade, que revelou números que comprovam a desigualdade.


A conclusão é que a desigualdade diminuiu nos últimos anos, mas a situação ainda está longe do ideal. O levantamento mostra que o salário dos negros é 38,2% menor na região em comparação com os não negros.


"A única forma de acabar com a desigualdade racial é na Educação, conseguindo fazer com que a criança entenda que o preto e branco são a mesma coisa. A única diferença está na cor da pele, mas a capacidade é a mesma", avalia o coordenador do Grupo de Trabalho

Igualdade do Consórcio Intermunicipal, Thiago Pereira de Araújo.


Nos últimos anos, o desemprego entre os negros do ABC diminuiu. Passou de 24,1% para 11,3% em uma década. Já o desemprego entre os brancos caiu de 17% para 9,7% no período. Ou seja, o número de negros sem emprego ainda é maior do que o de não-negros.


"Apenas o crescimento econômico não vai dar conta de resolver essas desigualdades. É preciso que se implante políticas públicas para criar condições de oportunidades para os negros, porque eles carregam uma carga cultural e histórica muito pesada nesse país. É preciso reverter essa situação até mesmo para o aproveitamento dos talentos que existem na comunidade negra", afirma a economista do Dieese, Ana Maria Belavenuto.


Setores

A pesquisa revela que em alguns setores da economia, a presença dos negros é maior, como transporte, armazenagem, correio, artes, cultura, esporte e recreação.


Responsáveis por mais da metade dos postos de trabalho na região, os Serviços passaram a abrigar 50,0% do total de ocupados negros e 50,9% de não negros, em 2012-2013.


Já nos setores que exigem maior qualificação profissional e maior nível de escolaridade, os não negros tem presença maior: Informação e Comunicação, atividades financeiras e de Seguros, atividades profissionais científicas e técnicas, Defesa e Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais.


O coordenador do Grupo de Trabalho Igualdade Racial do Consórcio Intermunicipal, Thiago Pereira de Araujo, aponta a Educação como principal fator que pode reduzir a desigualdade entre negros e não negros.

Fonte: reporterdiario
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir