Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-11-2014

Grávida baleada em tiroteio no Rio
Mulher diz que só sobreviveu porque amiga entrou na linha de tiros. PM diz que policiais foram alertados de que vítimas já haviam sido socorridas.
Grávida baleada em tiroteio no Rio
Foto: g1.globo.com

O RJTV entrevistou a grávida que foi baleada e entrou em trabalho de parto durante uma troca de tiros entre policiais e suspeitos de tráfico de drogas no Conjunto de Favelas do Lins, na Zona Norte do Rio, no último sábado (22). Ela afirmou que uma amiga, que também ficou ferida, salvou sua vida, reclamou da falta de socorro por parte dos policiais — que teriam admitido serem os autores do disparos. A vítima também afirmou que não vê a hora de segurar o filho no colo.


Segundo Leidiane de Oliveira, ela estava cuidando do cabelo da amiga quando os tiros começaram. As duas entraram para o banheiro da casa, mas acabaram atingidas. "Minha amiga pulou na minha frente. Se ela não entrasse na minha frente ia acertar meu filho e ia me matar. Os polícias (sic) ficaram gritando "baleamos uma grávida, baleamos uma grávida".

Pedi socorro ao policial, ele me viu, viu que eu estava grávida, viu minha amiga no chão, mas nem assim não prestaram socorro", afirmou.


A Polícia Militar negou ter negado socorro à Leidiane. Em nota ao G1, a corporação disse que os policiais foram avisados por moradores de que duas mulheres haviam sido baleadas, mas que já haviam sido socorridas. Posteriormente, os agentes teriam ido ao Hospital


Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte, e confirmado que duas mulheres ficaram feridas. A corporação não confirma que o disparo que as atingiu tenha partido de PMs.
Leidiane estava no oitavo mês de gestação. O tiro atingiu a coxa. Para que o bebê não corresse risco, os médicos decidiram fazer uma cesariana.


O bebê, que recebeu o nome de Natan - está internado na UTI neonatal e segundo os médicos ainda não tem previsão de alta. A mãe também não tem data para sair do hospital. Ela está numa enfermaria com outras duas pacientes.


A outra mulher baleada, Nívea Maria de Souza, foi operada no Hospital Salgado Filho, no Méier, e continua internada.
Segundo a PM, o tiroteio foi na localidade conhecida como Condomínio, na Rua Cabuçu.


Policiais da UPP do Lins disseram que foram atacados quando checavam uma denúncia de tráfico de drogas. Os bandidos conseguiram fugir.
O policiamento foi reforçado na comunidade com agentes de outras UPPs da região.


Em outubro, a base da UPP da comunidade foi queimada por um grupo, depois de um confronto entre PMs e traficantes. Dois homens e um policial foram baleados. A UPP do Conjunto de Favelas do Lins foi inaugurada em dezembro do ano passado.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir