Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-11-2014

Vereador nega estupro coletivo em festa
Ele e mais quatro homens s�o suspeitos de estuprar adolescente em Goi�s. Namorada garante que esteve com ele o tempo todo e n�o viu nada errado.
Vereador nega estupro coletivo em festa
Foto: g1.globo.com

O vereador Jean de Castro (DEM) e outros quatro suspeitos negaram participa��o no estupro coletivo contra uma adolescente de 17 anos, durante uma festa em Indiara, a 100 km de Goi�nia. Em entrevista coletiva nesta ter�a-feira (25), o vereador afirmou que n�o teve contato f�sico com a garota e apontou a namorada como �libi para o momento em que o crime teria ocorrido.


"Conhe�o ela [a v�tima] h� pouco tempo, de vista. N�o tenho nenhum contato, n�o tive nada com ela, s� a vi na casa [onde ocorreu a festa], a cumprimentei e pronto", afirma. Ele ainda acredita que a falsa den�ncia possa ter sido influenciada por advers�rios pol�ticos dele na cidade.


A namorada do parlamentar, uma estudante que n�o quis ser identificada, tamb�m esteve presente na entrevista. Ela garante que estava na festa durante todo o tempo ao lado do vereador e n�o viu nada que indicasse a participa��o dele e at� mesmo a ocorr�ncia do estupro. "Ele n�o tem nada a ver com isso. Se eu n�o estivesse do lado dele, eu n�o estaria aqui para defend�-lo", alega.


O irm�o do vereador, Leandro de Castro, com quem a v�tima teve um relacionamento amoroso, tamb�m � acusado de envolvimento no estupro. Ele admitiu ter tido rela��o sexual com a garota durante a festa, que ocorreu na casa dele, mas alegou ter sido consensual. "Creio que ela mentiu com ci�me porque ela j� tinha conversado comigo para assumir o relacionamento e eu nunca tive interesse e creio que ela n�o sabia a propor��o que isso ia causar", diz Leandro.


Mensagens

Os suspeitos apresentaram como supostas provas que pretendem entregar � pol�cia imagens de uma conversa entre um deles e a garota pelo aplicativo WhastApp. No di�logo, Leandro de Castro pergunta, por meio do aplicativo, se ela o denunciou por estupro e a garota responde "� mentira".


Em seguida, Leandro acrescenta: "Saiu uma conversa que eu te estuprei". A menina fala: "Poize (sic). Todo mundo t� falando". Al�m disso, outras imagens de conversas no aplicativo mostram que a garota se manifestou em grupos no aplicativo relatando o suposto estupro a outras pessoas. Em duas conversas, a garota cita nominalmente os acusados, entretanto, em um dos registros ela alega que foi agredida por seis homens, e em outro aumenta o n�mero para sete.


Den�ncia

A adolescente afirma que, enquanto mantinha rela��o sexual com um dos suspeitos em um dos quartos da resid�ncia onde ocorria a festa, os outros quatro homens entraram e a abusaram sexualmente. "Primeiro, foi o Eder. Ele me for�ou a manter rela��o com ele e o Leandro consentiu. Depois, entrou o Guilherme, o Luciano e, por �ltimo, o Jean. Ficamos l� por cerca de uma hora, eu querendo sair e eles n�o deixavam", lembra.


Segundo a adolescente, eles ficaram no local por cerca de uma hora. "Eles me morderam, me bateu de chinelo, me deu tapa (sic)", conta a jovem. Durante esse per�odo, ela afirma que ouviu os suspeitos conversando sobre "seguir o esquema", o que a faz pensar que o crime foi planejado com anteced�ncia.


Na entrevista, Leandro confirmou que teve uma rela��o sexual com a jovem durante a festa, mas de forma consensual. Al�m disso, ele diz que no caminho at� a festa a garota trocou beijos com um dos suspeitos, mas a rela��o n�o passou disso. Os suspeitos negam que tenham ido at� o quarto e estuprado a garota.


Assim que foi levada embora do local por um colega de Leandro, a adolescente foi at� a delegacia para registrar uma ocorr�ncia. Em seguida, ela foi encaminhada para o Instituto M�dico Legal (IML) de Goi�nia, onde passou por exame de corpo de delito. De acordo com a pol�cia, um laudo comprovou o abuso.


A jovem, que tem uma filha de 1 ano, revela que est� tomando medicamentos para evitar doen�as sexualmente transmiss�veis e ter� ainda que fazer um tratamento por mais tr�s meses. "Por causa disso, fui obrigada a desmamar minha filha antes do tempo. Eu n�o estou nem saindo de casa por causa disso, nem de dia eu estou saindo. Saio daqui s� acompanhada com o Conselho [Tutelar]. Eu n�o estou fazendo mais nada do que costumava fazer", diz.


Investiga��o

Segundo o delegado Queops Barreto, respons�vel pelo caso, ele j� ouviu 15 testemunhas do caso, entre pessoas que estavam na festa e outras que encontraram com a v�tima ap�s o suposto abuso. O depoimento dos suspeitos deveria ocorrer na segunda-feira (24), mas foi adiado pela segunda vez por uma troca nos advogados de defesa.


"J� temos o laudo do IML que aponta o abuso e as les�es. Dependendo dos depoimentos, tamb�m podemos pedir que a per�cia colha material gen�tico dos suspeitos para podermos comparar com o que foi encontrada na v�tima", explicou o delegado.


Segundo Queops Barreto, se ficar comprovado que o crime ocorreu, os envolvidos podem ser indiciados pelo crime de estupro. Caso sejam condenados, a pena � de 8 a 12 anos de deten��o.


Na sexta-feira (21), o pecuarista Wesly Tadeu Pires Couto, de 31 anos, foi preso em flagrante por falso testemunho em rela��o ao suposto estupro. Entretanto, segundo a defesa, ele foi solto no dia seguinte.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir