Categoria Geral  Noticia Atualizada em 27-11-2014

"Balde de água fria" no 1º jogo deixou setor vazio no Mineir
Diretor de comunicação afirma que valores em área nobre na final da Copa do Brasil custaram entre R$ 700 e R$ 1.000 e foram definidos pelo clube

Foto: sportv.globo.com

O jogo decisivo da final da Copa do Brasil entre Cruzeiro e Atlético-MG, nesta quarta-feira, no Mineirão, contou com um aspecto negativo. Na noite que viu o Galo ser campeão sobre o rival, vencendo por 1 a 0, o setor mais nobre do estádio mineiro, na lateral do campo, ficou "às moscas", em uma cena captada de frente pelas câmeras de televisão. Segundo apurou o apresentador André Rizek, as cadeiras daquela área encalharam pelos preços elevados. De acordo com a diretoria celeste, a baixa procura se deu pelo desinteresse do público após a derrota por 2 a 0 no duelo de ida, no estádio Independência. Guilherme Mendes, diretor de comunicação, afirmou que o placar representou um "balde de água fria" no cruzeirense disposto a desembolsar mais dinheiro no segundo duelo – de um total de 60 mil ingressos colocados à venda, apenas 40 mil foram vendidos.

- Especificamente para o jogo de ontem, o Cruzeiro assumiu a venda daqueles lugares. A Minas Arena os repassou, e o Cruzeiro definiu o valor. Só que o valor foi definido logo após o segundo jogo contra o Santos e foi levado em consideração a questão do sócio do futebol, que já paga um valor por mês. Foi decidido que custaria R$ 700. O resultado do primeiro jogo causou a queda nas vendas. A venda geral vinha bem, mais de 33 mil já tinham sido vendidos até antes do primeiro jogo. Depois a venda diminuiu - disse o diretor.

De acordo com Mendes, os valores para aquela área do Mineirão ficaram entre R$ 700 e R$ 1.000 e foram definidos pela Raposa. O setor é de responsabilidade da Minas Arena, que gere o estádio. No entanto, os preços ficaram a cargo do clube, que repassou a renda ao consórcio. A entradas começaram a ser vendidas antes do primeiro jogo da decisão. Os setores atrás dos gols, no entanto, receberam um bom público do total de 39.786 pagantes.

- Podemos dizer que é um fracasso. Pouco mais de 20 mil ingressos encalharam. É uma imagem muito feia. Imagina ela sendo consumida lá fora. A final mais espetacular que o futebol mineiro já produziu. É duro de explicar – disse Rizek.

De acordo com Guilherme Mendes, o contrato do Cruzeiro com a Minas Arena tem uma cláusula que diz que as cadeiras não podem ser negociadas por valor igual ou menor do que é cobrado pelo Cruzeiro nos outros setores. São cerca de seis mil assentos.

- São os melhores lugares do estádio. Se for do mesmo valor, eles (Minas Arena) vão vender mais que o Cruzeiro. Por isso, está no contrato que devem ser vendidas por preço superior. Há mais de um ano, o presidente Gilvan de Pinho Tavares pede à Minas Arena que repasse ao Cruzeiro essas cadeiras. O clube criaria uma nova modalidade de sócio. Seria a maior mensalidade (atualmente a maior é R$ 210). Não aceitaram até hoje. No Maracanã acontece a mesma coisa. Nesse caso,parte do que fosse vendido seria repassado à Minas Arena - explica o diretor de comunicação da Raposa.

Mesmo com as cadeiras vazias, o segundo jogo da final, no Mineirão, registrou a terceira maior arrecadação da história do futebol brasileiro – lucro de R$ 7.855.510 para 39.786 pagantes. A renda ficou atrás apenas de Atlético-MG x Olimpia (R$ 14.176.146/56.557), na decisão da Libertadores de 2013, no mesmo estádio, e de Flamengo x Atlético-PR (R$ 9.733.785/57.991), no mesmo ano, pela decisão da Copa do Brasil, no Maracanã.

Com preço médio de R$ 197,44, a decisão da Copa do Brasil poderia ter garantido uma renda ainda maior, caso contasse com valores menores no setor nobre, segundo Rizek.

- Podemos dizer que deixou-se de se arrecadar um belo dinheiro. Para ser mais preciso, R$ 4 milhões, caso esses 20 mil lugares tivessem sido vendidos pelo preço médio.

Fonte: sportv.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir