Categoria Geral  Noticia Atualizada em 27-11-2014

Veja a repercussão do anúncio da nova equipe econômica
Planalto anunciou Levy como novo ministro da Fazenda. Barbosa irá para o Planejamento e Tombini continua no BC.
Veja a repercussão do anúncio da nova equipe econômica
Foto: g1.globo.com

O Palácio do Planalto anunciou nesta quinta-feira (27) os primeiros nomes de ministros da equipe do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff – Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini, que permanecerá como presidente do Banco Central, cargo com status de ministro.


Durante o período de transição, Levy e Barbosa usarão gabinetes no Palácio do Planalto. Eles já se reuniram com a presidente Dilma Rousseff e vão trabalhar na montagem de um plano de ajuste da economia.


Veja abaixo a repercussão do anúncio entre economistas:

Murilo Portugal, presidente-executivo da FEBRABAN

"A presidente fez excelentes escolhas. Os três têm larga experiência na formulação e implementação de políticas macroeconômicas, sempre colocando o interesse público em primeiro lugar. Como secretário do Tesouro, Joaquim Levy executou com firmeza as políticas do ex-presidente Lula de ampliação do superávit primário e de redução e melhoria da composição da dívida pública. Os bons resultados destas políticas contribuíram para a retomada da confiança, a conquista pelo Brasil do grau de investimento, e a aceleração do crescimento econômico que se seguiu.


Levy tem experiência e credibilidade internacional, adquiridas no exercício de funções em importantes organizações multilaterais como o FMI, o Banco Central Europeu e o BID, além de sólida formação acadêmica. A confirmação de Alexandre Tombini no comando do Banco Central renova a expectativa do combate firme à inflação e a confiança na continuidade do excelente trabalho de regulação e supervisão prudencial exercido pelo BACEN, o qual tem sido essencial para a estabilidade e solidez do sistema financeiro nacional.


Nelson Barbosa acumulou experiência em importantes cargos, como secretário de Acompanhamento Econômico, secretário de Política Econômica e de secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Assume agora o ministério do Planejamento, pelo qual também já havia passado em 2003, com expectativa de que dará contribuição positiva. Estamos mais otimistas com o próximo ano, esperando que estas indicações contribuam para a retomada da confiança o que, como os mercados indicam, já começou a ocorrer."


Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente executivo do Bradesco

"A presidente foi feliz ao anunciar a nova composição da equipe econômica, pois reafirma o compromisso deste governo com o desenvolvimento, a estabilidade e a gestão competente da política econômica. Promoveu continuidade com renovação, numa transição sem sobressaltos. Os nomes de Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini representam pilares de credibilidade, cada qual em sua área. Mas eles se complementam e dão unidade de ação a um governo que almeja o controle da inflação, a austeridade fiscal e a elaboração de um conjunto de reformas estruturais modernizadoras.


Trata-se de um modelo criado dentro do conceito de valorização do trabalho em equipe, do diálogo e da troca de ideias, o que, sem dúvida, ancora nossas expectativas de
fortalecimento da economia de mercado. O caminho escolhido pela presidenta Dilma Rousseff legitima, portanto, a percepção de um novo governo que está sintonizado ao resultado das urnas. Aos atributos técnicos deste triunvirato se acrescentam o histórico de bom entendimento das demandas sociais do Brasil."


Emerson Marçal, professor da escola de economia da FGV-SP

"São bons nomes e eles têm toda a capacidade e enfrentar os desafios que a aeconomia brasileira precisa. O ajuste das contas publicas e também das contas externas, que começam a preocupar, talvez sejam os dois grandes desafios para permitir trazer a inflação para um nível um pouco mais baixo e retomar o crescimento. De imedidato, o mercado tende a dar uma tranquilizada, a volatilidade do dólar deve diminui, mas o que certamente deve vir é, sim, algum tipo de ajuste nas contas públicas. E para reequilibrar as contas ou se aumenta impostos ou se corta gastos. Ou as duas coisas. Então eles terão que decidir e justificar para a sociedade."


Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), em nota

"A FIRJAN recebe com renovado otimismo as escolhas de Joaquim Levy e Nelson Barbosa para os Ministérios da Fazenda e do Planejamento. A indicação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda é uma prova auspiciosa e inequívoca de compromisso do segundo governo Dilma Rousseff com uma política econômica focada na estabilidade. A atuação firme e competente de Levy como secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro deixou um legado para a administração das contas públicas no estado. O mesmo já se verificara ao desempenhar o cargo de secretário do Tesouro Nacional no governo Lula. Fica claro que o novo governo não irá transigir, a partir de agora, no combate à inflação, na condução de uma política fiscal responsável e na preservação da credibilidade internacional do país. O anúncio do nome de Nelson Barbosa para o Ministério do Planejamento é coerente com o perfil técnico e de qualificação que, ao que tudo indica, norteará a configuração da área técnica do novo governo."


Sidney Moura Nehme, especialista em câmbio e comércio exterior

"Os três nomes já estavam no radar, o anúncio não trouxe nenhuma novidade para o mercado. O fato que causou estranheza foi a ausência da presidente, esse é o assunto comentado no mercado. Ela deveria estar presente na hora do anúncio, como autora do anúncio, já que ela é a presidente. Já a equipe é vista favoravelmente, só que tem determinados mercados, como o de dólar, que eu entendo que estão confundindo confiança com credibilidade.


A equipe é de confiança, mas a credibilidade do país só virá com resultados. O Levy e o Barbosa são bem referenciados, o Tombini é competente."

Bráulio Borges, economista-chefe da LCA

"É uma sinalização bastante positiva. Não são nomes politicos, são técnicos de primeira linha. Será um técnico reconhecido na fazenda. Tem a questão ideológica, dele [Levy] ser mais mais ortodoxo. Mas, na prática, acho que ele vai ser pragmático. E o pragmatismo diz que hoje a ordem da vez é reequilibrar as contas fiscais do Brasil, cujo equilíbrio foi abandonado nos últimos 2 anos, o que acabou gerando gerando toda essa onda de pessimismo, perda de credibilidade e até mesmo perda de confiança dos agentes econômicos.

A nomeação da nova equipe econômica tende a gerar mais tranquilidade aos mercados e fazer com que o câmbio volte para perto de R$ 2,45, R$ 2,40. Agora a gente fica no aguardo das medidas."


Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria

"É uma boa escolha. Neste momento, o principal desafio é o ajuste fiscal e neste sentido a escolha vai na direção correta. Mas a escolha deste nome vai depender do programa de governo que vai ser anunciado ao longo de 2015, que será o ano mais difícil dos últimos dez anos e também ao longo de todo o mandado. Porque o superávit primário vai ter dificuldades de ser elevado em 2015, vai ser necessário elevar imposto e contingenciar fortemente o orçamento. São medidas impopulares e que vão demandar do Levy um certo compromisso elevado com a manutenção dessas diretrizes. Acredito que o perfil do novo ministro está voltado para essas mudanças".


Raphael Juan, gestor da BBT Asset

"Levy na Fazenda representa o enterro do que um dia se chamou de "nova matriz econômica", representada por expansão fiscal, tentativa redução forçada de juros e câmbio desvalorizado de forma artificial o que levou o país a estagnação. Um país que gasta mais do que arrecada tem um futuro de curto prazo. O Ministro Levy tem uma personalidade forte, é um homem do mercado financeiro e conhecido pelos ajustes fiscais. Provavelmente ele exigirá uma autonomia que Mantega não teve.


Entretanto, somente o tempo dirá será a personalidade forte da presidente e seu controle sobre a política econômica não irão interferir na nova gestão até o ponto que abale a relação dos dois. Se cada um desempenhar o seu papel acredito que ele ficará no cargo até final de 2016, quando então um novo Ministro pode assumir para preparar o terreno para a eleição de 2018, que será muito disputada. Acredito que cresceremos em 2015 entre 0,5% e 1% e em 2016 entre 0,5% e 1,5% para chegarmos em 2017 próximo de 2,5%. A taxa de juros ainda deve subir um pouco mais e bater na casa de 12,50%."

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir