Categoria Geral  Noticia Atualizada em 29-11-2014

Leilão A-5 de energia movimenta R$ 114,5 bi
Foram 51 usinas vencedoras, com 4.979.828 MW de potência contratada
Leilão A-5 de energia movimenta R$ 114,5 bi
Foto: www.topnews.com.br

O leilão de energia A-5 foi encerrado nesta sexta-feira pouco mais de uma hora após seu início sem venda de energia de grandes usinas hidrelétricas habilitadas e nem de empreendimentos solares, movimentando R$ 114,5 bilhões em contratos para fornecer energia a partir de 2019.


De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, que operacionalizou o leilão, 51 usinas foram vencedoras do certame, com 4.979.828 megawatts (MW) de potência contratada, garantindo a capacidade de transmissão de 2.900,.900 MW médio (MWm).


O custo marginal de referência do leilão foi R$ 209 por megawatt-hora (MWh) e o preço médio de venda alcançado foi R$196,11. O montante negociado chegou a 583.850.275,200 MWh e o contratado foi 2.742,500 MWm. Foram contratados 27.425 lotes. O valor financeiro movimentado no certame foi R$ 114,496 bilhões, gerando economia de R$ 2,008 bilhões, com deságio de 1,72%.

Prazos

A energia negociada terá início de suprimento em janeiro de 2019. Para as termoelétricas (carvão, gás natural em ciclo combinado e biomassa) e para a fonte eólica, os contratos de compra e venda serão na modalidade por disponibilidade.

No primeiro caso, o prazo de suprimento é 25 anos e no segundo, 20 anos. Os empreendimentos hidrelétricos, por sua vez, serão na modalidade por quantidade, com prazo de 30 anos.

Contratos de compras

Trinta e oito empresas fecharam contratos de compra, sendo a Cemig Distribuição a maior compradora, com 13,5% da energia negociada, seguida pela Celpa, com 8,78%. Do lado das geradoras, Tractebel, Copel e Renova estão entre as empresas que venderam eletricidade de projetos termelétricos e eólicos.


A energia térmica vendeu a maior capacidade instalada, de 4.010 MW, com destaque para projetos a gás, que negociaram 3.059 MW, com três empreendimentos vencedores.


A energia de 36 projetos de energia eólica foi vendida, somando 925,95 MW de capacidade instalada, ou 18,59% do total.


Sem venda

O leilão terminou sem a venda de energia de nenhum empreendimento de energia solar e nem de grandes hidrelétricas. A energia da usina de Itaocara I, no Rio de Janeiro, não foi vendida. As hidrelétricas Apertados e Ercilândia, no Paraná, não participaram.


Segundo o diretor de estudos de energia elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos de Miranda Farias, elas devem ser ofertadas no próximo leilão A-5 que será realizado em 2015, talvez no primeiro semestre.


A hidrelétrica Perdida 2, no rio Perdida (TO), foi ofertada como pequena central hidrelétrica e também não teve energia vendida.


?A usina tem uma potência de 42 MW e fica em uma faixa de transição de atratividade econômica, no intervalo entre 30 e 50 MW, que não tem incentivos de PCH e não chega a ser UHE (usina hidrelétrica). Precisamos analisar melhor a situação dessa usina?, disse o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone.

Demanda

O presidente do conselho de administração da CCEE, Luiz Eduardo Barata, ressaltou que foi contratada toda a demanda pretendida a partir de 2019, com fatia de 32% correspondendo a fontes renováveis.


?Toda a previsão de crescimento na demanda a partir de 2019 está contratada... Se porventura o mercado crescer (mais) realizaremos o leilão A-3, em 2016, para contratar?, disse Barata.


De acordo com o Pepitone, o resultado do leilão foi um sucesso, com investimentos importantes. Ele ressaltou que um terço dos investimentos está no Rio Grande do Sul e outra parte importante em Pernambuco, os estados que se destacam. ?Em termos de parques instalados, a Bahia tinha o maior número de usinas habilitadas e terá o maior número de empreendimentos a serem implantados?.


Pepitone ressaltou que 2014 foi o ano em que mais se agregou energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Os dados indicam que até 15 de novembro foram agregados à matriz elétrica 6.323 MW de potência instalada. Desses, 43% são oriundos de usinas hidrelétricas.


No caso da energia eólica, foram agregados 2.138 MW de potência instalada, o que corresponde a 33% da energia que agora faz parte do SIN. Com relação às termelétricas, as de combustível fóssil totalizaram 388 MW, as de biomassa, 982 MW, e a PCH, 72 MW?.


?Nossa expectativa é agregar até 31 de dezembro mais 1.200 MW, uma quantidade grande a ser disponibilizada ao SIN. Para ter uma média de 2004 a 2014, estamos ampliando em 3,86% em termos de potência instalada?, disse Pepitone.


Copel

A companhia paranaense de eletricidade Copel informou nesta sexta-feira que vendeu 54,8 megawatts médios de energia eólica no leilão.


A eletricidade foi vendida por R$ 136,97 por megawatt-hora, em contratos de 20 anos. A energia vendida virá de seis parques eólicos com potência total de 136,4 MW e garantia física de 54,8 MW médios, que serão construídos no Rio Grande do Norte.


Os aerogeradores serão fornecidos pela WEG, informou a Copel em comunicado ao mercado. O investimento no complexo das seis usinas eólicas é previsto em R$ 532,2 milhões.


Tractebel

A geradora Tractebel, do grupo GDF Suez, informou nesta sexta-feira que vendeu 294,5 megawatts médios de energia da futura termelétrica Pampa Sul, a ser erguida em Candiota, no Rio Grande do Sul.


A energia da usina com capacidade para 340 MW foi comercializada por R$ 201,98 por megawatt-hora. O contrato é de fornecimento por 25 anos, a partir de 1o de janeiro de 2019. A companhia informou que vai investir R$ 1,8 bilhão na construção da usina.


A Tractebel também vendeu no leilão 82,6 MW médios de seis empreendimentos de energia eólica, na Bahia, além de 9,8 MW médios da térmica a biomassa Ferrari, em São Paulo.


PLD

O valor da eletricidade para a próxima semana, dado pelo Preço de Energia de Curto prazo (PLD), caiu cerca de um terço em todas as regiões do país, depois de permanecer no preço máximo permitido para o ano desde a semana de 20 de outubro.


Segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o PLD das cargas pesada e média caiu para R$ 549,18 por megawatt-hora, enquanto na carga leve o valor caiu para R$ 547,99. Em ambos os casos as quedas foram de cerca de 33% ante o teto de R$ 822,83.


O recuo dos preços decorre da perspectiva mais favorável de chuvas na próxima semana sobre as represas de hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde estão os principais centros de carga do país.


Mais cedo, o Operador Nacional do Sistema (ONS) informou que espera que as represas atinjam ao final de dezembro nível operativo de 24,3% ante o nível atual de 15%. Para o Nordeste, a expectativa é de que as represas cheguem ao fim do ano a 21,3%, ante os cerca de 13% agora.


Esse aumento deve-se à perspectiva de chuvas na próxima semana de 90% da média histórica para o período na região Sudeste e de 107% da média no mês de dezembro.


A Aneel aprovou neste semana mudança na metodologia de cálculo do PLD para próximo ano. Com isso, o valor máximo que o indicador poderá atingir ao longo de 2015 será de R$ 388,48 por MWh.

Fonte: www.topnews.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir