|
O mar se abriu e a literatura ficou
|
"Uma vez reconhecida a estrutura da linguagem no inconsciente, que tipo de sujeito podemos conceber-lhe?" (LACAN, 1998, p.814). Sem sombra de d�vida, o curso de Letras (na �poca Literatura) foi um Mois�s em minha vida. Posso dizer, sem medo de afundar no mar vermelho da tagarelice, que � um divisor de �guas para qualquer um. Todos deveriam fazer Letras! Lembro, no in�cio da vida acad�mica, das dicas preciosas de leituras, autores e professores inesquec�veis. Meu encontro com as ocupa��es de hoje come�ou l� atr�s e o pontap� inicial da partida para o Jornalismo, a Psican�lise e, por fim, a Filosofia foi numa "folha seca" com gola�o de cabe�a do time de Letras. Tinha literatura at� no nome da faculdade. Era "Filosofia, Ci�ncias e, claro como o sol raiou, Letras". �ramos as ovelhas negras da institui��o. As ci�ncias eram exatas, as sociais de esquerda e Letras? Uma inc�gnita. Podemos ser o que quisermos. Eu escolhi olhar para esquerda, no entanto, tanta gente, de centro, que respeito � semanticamente coerente. Vai entender... Freud explica, mas ap�s muita leitura de Shakespeare, Flaubert, Goethe e Dostoievski. Os tr�s anos que passei no curso, antes de partir para outros rumos, possibilitaram-me compreender um pouco sobre an�lise liter�ria, produ��o de textos e pesquisa, por isso reconhe�o que sem esta base talvez n�o solidificasse a constru��o da minha vida profissional. Hoje, posso optar pela carreira acad�mica, revis�o, tradu��o, jornalismo e outras in�meras possibilidades. Para quem tinha "Uma Vida em Segredo", cercado de ignor�ncia e senso comum, deixei de ser um "Grande Mentecapto" (hoje sou um mentecapto menor). J� fui "Carteiro (de e-mails) e o Poeta (das cr�nicas)". Viajei o "Mundo de Sofia" e com "A Sedu��o da Palavra" fiquei um "Homem Nu", mas, s� desta vez, nem "Toda Nudez Ser� Castigada". Licen�a aos autores Autran Dourado, Fernando Sabino, Antonio Sk�rmeta, Jostein Gaarder, Affonso Romano de Sant Anna e Nelson Rodrigues. A maioria... Conheci em Letras. Como o psicanalista Jacques Lacan faz uma apropria��o e subvers�o da Lingu�stica, de Ferdinand de Saussure, convido os meus camaradas analistas, ou n�o, a beber desta fonte riqu�ssima de t�cnica, humanidade, leitura e imagina��o. Este texto � dedicado aos professores Beatriz, F�bio, Adelmo, Isis, Rosangela, Carla, Delceny, Tatagiba e S�nia. Aos meus colegas de turma, aos alunos de Letras que admiro e aos que irei admirar quando se enveredarem pelos caminhos das L�ngua Portuguesa! Fonte:
|
| Por: Roney Moraes | Imprimir |
|
|
 |
