Categoria Geral  Noticia Atualizada em 03-12-2014

Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, deixa carceragem
Ex-diretor da Petrobras foi preso na 7� fase da Lava Jato, em novembro. Decis�o do ministro Teori Zavascki (STF) resultou na libera��o dele.
Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, deixa carceragem
Foto: g1.globo.com

O ex-diretor de Servi�os da Petrobras Renato de Souza Duque deixou a carceragem da Superintend�ncia da Pol�cia Federal (PF), em Curitiba, �s 12h40, desta quarta-feira (3).

Ele estava preso desde novembro, quando policiais federais cumpriram mandados de pris�o e de busca e apreens�o, da s�tima fase da Opera��o Lava Jato, que investiga, entre outras coisas, forma��o de cartel para licita��es, pagamento de propina e desvios milion�rios da Petrobras. Ele saiu acompanhado pelos advogados e n�o falou com a imprensa. A revoga��o da pris�o foi concedida na ter�a-feira (2) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.


Duque � suspeito de integrar um esquema de corrup��o, com o envolvimento de donos de empreiteiras que tem contato com a Petrobras. De acordo com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, Duque era um dos beneficiados com a fraude, que resultava em forma��o de cartel, superfaturamento de contratos e desvio de recursos. O dinheiro, segundo as investiga��es, era destinado a partidos pol�ticos e agentes p�blicos.


O advogado que representa Duque, Roberto Brzenzinski, afirmou que tinha confian�a de que a liberdade do cliente era uma quest�o de tempo. "At� porque ele se encontra afastado da Petrobras h� v�rios anos e o principal fundamento da pris�o seria evitar um risco de fuga", disse. O ministro Teori Zavascki determinou tamb�m que o ex-diretor entregue o passaporte e n�o deixe o pa�s. A Justi�a Federal recebeu nesta quarta-feira dois passaportes. Um deles estava vencido, e o outro tem validade de mar�o de 2018.


No �ltimo dia 18, o juiz S�rgio Moro, da Justi�a Federal no Paran�, tinha convertido em preventiva (sem prazo determinado) a pris�o tempor�ria (por cinco dias, prorrog�vel por mais cinco) do ex-diretor da Petrobras e mais cinco presos.


Na ocasi�o, o juiz afirmou que havia risco de fuga para o exterior. Ele argumentou que Duque mant�m uma "verdadeira fortuna" em contas banc�rias fora do pa�s. "Dispondo de fortuna no exterior e mantendo-a oculta, em contas secretas, � evidente que n�o pretende se submeter � san��o penal no caso de condena��o criminal [...]", justificou o juiz.
No dia 20 de novembro, o Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o (TRF-4), com sede em
Porto Alegre, havia negado um habeas corpus para Duque. Na ocasi�o, o desembargador federal Jo�o Pedro Gebran Neto, relator do pedido, rejeitou o pedido de liberdade sob o argumento de que havia "risco de reitera��o criminosa".


Segundo depoimento � Justi�a Federal do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que est� em pris�o domiciliar depois de ter feito acordo de dela��o premiada, Renato Duque foi indicado para ocupar a Diretoria de Servi�os pelo ex-ministro Jos� Dirceu, condenado pelo Supremo no julgamento do mensal�o do PT.


Duque foi apontado por Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, como participante do esquema de desvio de dinheiro e de distribui��o de propinas na Petrobras. Segundo os delatores, a Diretoria de Servi�os cobrava propinas de at� 3% sobre o valor total de uma obra, recursos supostamente repassados para o PT e para operadores do esquema.


Ex-diretor nega acusa��es

Em depoimento prestado � Pol�cia Federal no dia 20, Duque negou participa��o no esquema e tamb�m disse desconhecer caso de corrup��o na Petrobras. Ele duvidou das afirma��es de Paulo Roberto Costa.


Em outro momento, confirmou ter recebido R$ 1,6 milh�o da construtora UTC, mas disse que o valor era referente a pagamentos por servi�os de consultoria que prestou ap�s deixar a Petrobras.


O ex-diretor tamb�m negou ter conhecimento de que um subordinado dele na estatal, Pedro Barusco, tivesse recebido propina ou mesmo que mantivesse contas banc�rias no exterior. Barusco assinou um acordo de dela��o premiada no qual se compromete a devolver mais de US$ 100 milh�es.


Sobre o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, ele disse que o conhece e que esteve com ele algumas vezes. Afirmou ainda que tem empatia com o tesoureiro, mas negou que o tivesse visto na sede da Petrobras. O tesoureiro do PT foi apontado como receptador dos recursos que supostamente abasteceram o caixa do partido. Vaccari tamb�m nega ter cometido irregularidades.


O esquema investigado pela Opera��o Lava Jato teria movimentado cerca de R$ 10 bilh�es e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investiga��es da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico Federal.


A s�tima fase da opera��o, que prendeu Duque foi apelidada de "Ju�zo Final" e levou � pris�o executivos e funcion�rios de nove grandes empreiteiras cujos contratos com a Petrobras somam R$ 59 bilh�es.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir