Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-12-2014

Limpeza interna do prédio da boate Kiss recomeça em Santa Ma
Mais de 360 peças de sapato e objetos de vítimas foram encontrados. Familiares deverão contratar empresa para descontaminar objetos.
Limpeza interna do prédio da boate Kiss recomeça em Santa Ma
Foto: g1.globo.com

A limpeza do prédio da Boate Kiss recomeçou na manhã desta quinta-feira (4) em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. A ação serve para eliminar as mais de duzentas substâncias tóxicas que ficaram no interior da casa noturna depois do incêndio no dia 27 de janeiro, que deixou 242 mortos.
Na quarta-feira (3), no primeiro dia de limpeza, foram encontrados 366 peças de calçados das vítimas, peças de roupas, bolsas, carteiras e celulares. Segundo a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a maior parte estava concentrada perto da porta de saída da boate. Apenas oito técnicos entraram no prédio.
Antes de serem devolvidos a parentes, entretanto, os pertences das vítimas deverão passar por uma descontaminação. A Justiça diz que os familiares deverão contratar uma empresa especializada para fazer a limpeza dos objetos.
"Existe um custo, e há interesse deles (familiares). Então eles vão ter que trazer um plano à Fepam no prazo de 30 dias dizendo o que pretendem fazer com esses objetos", afirmou o juiz Ulysses Louzada.
Apenas oito pessoas entraram no interior da boate: cinco funcionários da empresa que faz a limpeza e três técnicos da Fepam. Todo o trabalho está sendo registrado em um inventário.
Na quarta, o trabalho encerrou por volta das 18h30. Parte da grade de madeira da fachada da Kiss foi retirada. Os escombros foram colocados em grandes sacolas plásticas. O administrador do prédio disse que nenhum material foi retirado do interior, o que deve começar a ser feito nesta quinta.
"Tem todo um lado emotivo. A gente está ali recolhendo aqueles sapatos todos e lembrando de tudo isso. É difícil", disse o técnico da Fepam, Mário Kolberg Soares.
Os familiares das vítimas pediram na justiça para que o letreiro da casa noturna e a frente do prédio não sejam alterados. O juiz Ulysses Louzada informou que a limpeza será apenas interna.
"É justamente isso aí que fazer com que as pessoas lembrem da tragédia e que ela não cai no esquecimento", disse Flávio Silva, presidente de uma associação de vítimas da tragédia.
Na sexta-feira, Louzada fará uma visita para fiscalizar o trabalho e deverá entrar na casa noturna. Os pais de vítimas que passaram a madrugada de terça para quarta-feira no local foram embora após o fim do primeiro dia de trabalho.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir