Naquela tarde, Joana tentava a constru��o de um novo espa�o, j� esquecido no s�t�o. Comprou objetos e reinventou entradas estrat�gicas. N�o sabia se teria tempo para se recompor.
Pensava em inaugurar um jeito simples de entrar nesse cen�rio. Com os p�s descal�os, a alma �mida e o vento incorporado ao rosto, tinha quase certeza de que n�o poderia negar palavras e nem negar o sexo como forma de amar.
Olhou do quarto a porta, mas sentiu que ainda estava se preparando. Recebia mais de si e dos outros que ainda n�o conhecia.
Quero ser mulher mais bonita e perfumada e n�o abdicar de minha parte masculina.
Cantou modinhas e recitou, por opini�o, os versos mais tristes. Pretendia n�o olhar para tr�s, mas viu que um dia s� n�o daria conta. Resolveu, a gosto, penetrar de mansinho, mesmo com a inten��o de mergulhar por completo.
Nesse momento, segurou o rel�gio e a ideia que a visitava. Colocou-a na cama, seduzindo-a como a amante balbucia o desejo.
Ela aproximou-se dos cacos do espelho e ainda lembrou que logo chegaria o inverno. Era preciso fazer novas roupas e guardar as velhas. Sentiu o cheiro de naftalina e imaginou ser temeroso a entrega em um novo tempo.
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