Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-12-2014

Mais uma empresa criada por Eike, a Eneva, pede recuperação
Empresa de energia acumula dívida de R$ 2,33 bilhões. Ex-MPX é controlada pela alemã E.ON; Eike ainda tem 20% das ações.
Mais uma empresa criada por Eike, a Eneva, pede recuperação
Foto: g1.globo.com

A empresa de energia Eneva (ex-MPX), controlada pela alemã E.ON, entrou com pedido de recuperação judicial na Comarca do Estado do Rio de Janeiro, após não ter conseguido renovar acordo com bancos credores sobre pagamento de dívida de R$ 2,33 bilhões.
Segundo a Eneva, a medida tem o objetivo de proteger a continuidade das operações da companhia.
"A decisão tem por objetivo preservar condições de caixa adequadas para a continuidade das atividades da companhia, que têm apresentado evolução continuada em seus indicadores operacionais", disse a empresa em comunicado à imprensa.
O pedido de recuperação judicial ocorre após a ex-MPX não ter conseguido com os credores a renovação do acordo para suspender a amortização e o pagamento de juros da dívida financeira contratada pela companhia, expirado em 21 de novembro.
As sete usinas termelétricas operadas pela companhia não foram incluídas no pedido, que considera apenas a holding Eneva S.A. e sua controlada Eneva Participações S.A. A empresa disse ainda que as usinas permanecem em operação normalmente.

Caso o pedido de recuperação judicial seja aprovado, as dívidas da empresa ficarão suspensas e serão retomados apenas após acordo coletivo da companhia com os credores e após aprovação judicial. "Salários e demais benefícios para funcionários e pagamentos futuros a fornecedores estão integramente preservados", informou a Eneva.
As ações da Eneva caíam quase 20% por volta das 11h30 na Bovespa, cotadas a R$ 0,57.
4ª empresa "X" a pedir recuperação
Com a Eneva, agora já são 4 as empresas "X", do grupo criado por Eike Batista, que já entraram com pedido de recuperação judicial. A medida extrema já tinha sido tomada pelas Ogpar (ex-OGX), MMX e OSX.
A controladora atual da Eneva é a alemã E.ON. A empresa assumiu o controle da ex-MPX Energia em maio do ano passado, depois que o império de Eike Batista entrou em colaspo. O empresário brasileiro, entretantom, ainda detém 20% das ações da empresa.
A E.ON mudou o nome da MPX para Eneva e contratou Fabio Bicudo para recuperar a companhia por meio de um programa de corte de custos. Sob o mandato de Bicudo, a Eneva impulsionou a produção de energia para 2,4 gigawatts e teve cerca de R$ 2 bilhões em receitas nos últimos 12 meses.
Antes de decidir pela medida judicial, a companhia tentou reforçar sua estrutura de capital. Em junho de 2014, a Eneva realizou aumento de capital no montante de R$ 175 milhões, vendeu 50% do controle de Pecém II por R$ 408 milhões para a E.ON e aprovou uma linha de crédito de longo prazo no valor de R$ 300 milhões para Pecém II, pendente de contratação e desembolso.
A posição de caixa da Eneva, no fim de novembro, era de R$ 78,3 milhões, destaca a Reuters.
Segundo os dados divulgados nesta terça-feira, Bicudo renunciou ao cargo e será substituído por Alexandre Americano, que foi eleito diretor-presidente. Já o diretor vice-presidente e de Relações com Investidores Frank Possmeier será substituído por Ricardo Levy.
A empresa deverá convocar assembleia geral extraordinária para ratificar o pedido de recuperação judicial e eleger novos membros do Conselho.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir