Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-12-2014

Transposição inicia teste em canal, mas Sertão sem água
Testes começaram quatro anos após o prazo inicial para conclusão da obra. Com atraso, previsão para término é final de 2015, com custo de R$ 8,2 bi.
Transposição inicia teste em canal, mas Sertão sem água
Foto: g1.globo.com

As obras de Transposição do Rio São Francisco estão no sétimo ano de execução e o primeiro trecho do projeto entrou em fase de testes. Desde outubro deste ano, a estação de bombeamento 1 do Eixo Leste, em Floresta, no Sertão de Pernambuco, bombeia água da Barragem de Itaparica até a Barragem de Areias, a primeira das 27 previstas na região. Apesar disso, a população do entorno da obra ainda não tem acesso à água que corre pelo canal.


Os testes começaram quatro anos após o prazo inicial de conclusão da obra. Iniciada em 2007, a construção do Eixo Leste deveria ter ficado pronta em 2010, e a do Eixo Norte em 2012. Além de atrasos, as alterações no projeto aumentaram os custos. O orçamento passou de R$ 4,8 bilhões para R$ 8,2 bilhões e agora, segundo o Ministério da Integração Nacional (MI), a Transposição só deve ser finalizada em dezembro de 2015. O G1 percorreu 2,5 mil quilômetros, visitando dez municípios do interior de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará para acompanhar o andamento das obras, que chegam a 67,5% de conclusão.


O Ministério da Integração explicou que os testes devem seguir até o fim deste ano. Nessa fase, são feitos os ajustes das motobombas da estação e do próprio lago da Barragem de Areias. Após a conclusão, serão instalados sistemas que levarão água, primeiramente, a cerca de 300 famílias que vivem em comunidades dos municípios de Petrolândia e Floresta, próximas à barragem.


Os canais que saem do São Francisco somam, juntos, 477 quilômetros. A obra, segundo o Ministério da Integração, vai levar água a cerca de 12 milhões de pessoas em Pernambuco, na Paraíba, no Ceará e Rio Grande do Norte. A previsão é atingir mais de 390 municípios no Sertão, além de 325 comunidades que residem a uma distância de cinco quilômetros da margem dos canais.


Em 2012, as obras foram praticamente paralisadas devido a problemas com as construtoras e desentendimentos sobre valores de contratos. De acordo com o MI, o detalhamento do projeto básico da Transposição acabou apresentando novos serviços necessários à conclusão da obra, como perfuração de solos com constituição mais dura do que o previsto. Isso também interferiu no orçamento, assim como em novas exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que representam quase R$ 1 bilhão a mais nos custos, valor não previsto inicialmente.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir