Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-12-2014

Fraude em aquisição de merenda escolar desviou até R$ 4 mil
Estimativa é da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal. Operação Farnel cumpre mandados de prisão e apreensão em Maceió.
Fraude em aquisição de merenda escolar desviou até R$ 4 mil
Foto: g1.globo.com

O esquema criminoso de fraude na aquisição de merenda escolar e outros produtos para escolas públicas no estado de Alagoas, que foi alvo da Operação Farnel, deflagrada nesta quinta-feira (11), em Maceió e outras cidades do interior de Alagoas, pode ter desviado até R$ 4 milhões, segundo a investigação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU).


Os recursos eram provenientes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Era enviados pelo Governo Federal ao Estado e distribuído para as escolas. "Na primeira projeção que fizemos constatamos que o Estado recebeu entre 2013 e 2014 cerca de R$ 42 milhões do PNAE e R$ 1,8 milhões do PDDE, acreditamos que 10% dessas verbas foram desviadas", afirmou o coordenador da CGU, Israel Carvalho.


A reportagem do G1 entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação que afirmou que não estava ciente do caso e vai se pronunciar em breve.


Durante a operação policial que prossegue nesta quinta-feira, 11 dos 18 mandados de prisão preventiva expedidos na Operacao Farnel já foram cumpridos. Delegados da PF e integrantes da CGU explicaram em coletiva de imprensa como funcionava o esquema e afirmaram que além de empresários, diretores e funcionários de escolas participavam da fraude lesionando os cofres públicos.


Foram encontradas fraudes em aquisição de material em 21 escolas estaduais e municipais de Maceió, Rio Largo, Pilar, Joaquim Gomes, Cajueiro e Atalaia. "Analisamos processos licitatórios do período de 2010 a 2014 e encontramos diversas irregularidades. Ainda pode ter mais escolas envolvidas", disse Carvalho.


A PF não divulgou os nomes das empresas, mas afirmou que são empresas laranjas pertencentes a uma mesma família. "Essas empresas entravam em uma licitação, fracionavam e superfaturavam as propostas em cerca de 10% para beneficiar sempre uma delas. E a que ganhasse a verba, desviava um percentual", explicou o superintendente da PF, Omar Mussi.


Diante das provas colhidas no inquérito a Justiça Federal em Alagoas expediu 18 mandados de prisão, 42 mandados de busca e apreensão e 09 mandados de condução coercitiva que estão sendo cumpridos simultaneamente na manhã de hoje, em Maceió e no interior do Estado. Após indiciamento e interrogatório, os presos ficarão à disposição da Justiça e responderão pelos crimes de corrupção, associação criminosa, fraude a licitação e falsidade documental.


"Eles devem ser indiciados por corrupção, associação criminosa, fraude e provavelmente falsidade ideológica", afirmou Mussi.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir