Milhares de pessoas participaram nesta quinta-feira do funeral do alto dirigente palestino, Ziad Abu Ein, morto na quarta-feira depois de ter sido agredido por soldados de Israel, que refor�ou sua presen�a na Cisjord�nia para conter poss�veis manifesta��e
Foto: br.noticias O funeral foi seguido de incidentes relatados pela pol�cia israelense em Psagot, Nabi Saleh, Qalandia e Hebron, onde palestinos lan�aram pedras contra as for�as de seguran�a e foram dispersados sem o registro de feridos.
Mas o risco pode ser maior nesta sexta-feira, dia da tradicional ora��o semanal, que normalmente � seguida de manifesta��es.
O governo palestino acusou diretamente Israel de ser o respons�vel pela morte de um de seus principais dirigentes em um contexto de crescente tens�o nos territ�rios ocupados.
"Em virtude dos resultados da necropsia, o governo palestino considera Israel completamente respons�vel pela morte de Ziad Abu Ein", disse o porta-voz do governo, Ehab Besaiso, em uma entrevista coletiva, ao lado do legista Saber al-Alul.
Ziad Abu Ein, de 55 anos, faleceu na quarta-feira depois de participar de um protesto contra a coloniza��o israelense, perto de uma localidade de Ramallah, na Cisjord�nia ocupada, que acabou provocando incidentes.
A morte revoltou os palestinos e provocou temores de uma nova espiral de viol�ncia. O clima � de grande tens�o h� alguns meses na Cisjord�nia e em Jerusal�m Oriental.
Autoridades e cidad�os palestinos caminharam nesta quinta-feira at� o pr�dio em que fica o gabinete do presidente Mahmud Abbas. Depois entraram no cortejo f�nebre.
Ativistas carregavam o caix�o de Abu Ein, envolto na bandeira palestina, enquanto cantavam m�sicas nacionalistas e gritavam "Vingan�a" ou "Seu sangue n�o ser� derramado em v�o".
O caix�o foi lentamente baixado sob a terra no cemit�rio de Al Bireh, nos arredores de Ramallah.
As escolas permaneceram fechadas em um dia de luto e fotografias de Abu Ein foram espalhadas nos muros de Ramallah.
O presidente palestino Mahmud Abbas decretou tr�s dias de luto.
As tropas israelenses foram mobilizadas para evitar poss�veis confrontos, em particular porque o cemit�rio fica perto do assentamento judaico de Psagot.
"Decidimos mobilizar nesta quinta-feira um refor�o de dois batalh�es de soldados e duas unidades de guardas de fronteira na Cisjord�nia", declarou � AFP uma porta-voz do ex�rcito.
- Assentamentos -
Abu Ein era o "ministro" respons�vel por lidar com a coloniza��o israelense dentro da Autoridade Palestina. Ele morreu depois de ser agredido e empurrado por soldados israelenses que dispersavam, com o uso de g�s lacrimog�neo, um protesto de 300 pessoas em
Turmus Ayya contra os assentamentos hebraicos.
Segundo uma fonte das for�as de seguran�a palestinas, Abu Ein foi atingido pelos soldados com a culatra dos fuzis. Ele � a personalidade palestina mais importante a morrer em tais circunst�ncias em muito tempo.
Abbas condenou a a��o "b�rbara" que provocou a morte do dirigente.
Imagens do enfrentamento mostram que tr�s soldados agarraram Ab Ein, que foi agredido no peito durante a confus�o. Ele desmaiou e foi atendido por um m�dico militar israelense, mas n�o resistiu e faleceu no hospital.
Segundo os palestinos, os resultados da necropsia revelam que Abu Ein morreu em consequ�ncia da a��o das tropas israelenses.
"As causas da morte de Abu Ein foram os golpes recebidos das for�as (israelenses) de ocupa��o e o intenso uso de g�s lacrimog�neo", disse � AFP o ministro palestino de Assuntos Civis, Husein al-Sheikh.
O ministro israelense da Sa�de afirmou que a morte foi provocada pelo "bloqueio de uma art�ria coron�ria, o que pode ter sido causado por estresse. Tamb�m disse que Abu Ein tinha problemas de sa�de, incluindo uma doen�a card�aca".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enviou uma mensagem a Abbas na qual destacou a "necessidade de acalmar as coisas e agir de forma respons�vel".
A morte de Abu Ein acontece meses depois de uma grande tens�o entre israelenses e palestinos: a guerra em Gaza no ver�o (hemisf�rio norte), uma onda de atentados em Israel, assim como dist�rbios na Cisjord�nia e em Jerusal�m Oriental, al�m de an�ncios de novas constru��es de col�nias hebraicas.
Fonte: br.noticias
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