Categoria Geral  Noticia Atualizada em 12-12-2014

MP denuncia por corrupção ativa policiais envolvidos na mort
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e a 2ª Promotoria de Justiça denunciaram hoje (11) quatro policiais militares pelo crime de corrupção ativa de testemunhas.
MP denuncia por corrupção ativa policiais envolvidos na mort
Foto: www.cearaagora.com.br

Eles estão envolvidos no desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em 14 de julho de 2013, após ter sido interrogado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, na zona sul do Rio. De acordo com o MP-RJ, o crime foi praticado duas vezes durante as investigações. A decisão é contrária ao parecer da Corregedoria da Polícia Militar, que havia pedido o arquivamento do caso.

Além do major Edson Raimundo dos Santos e tenente Luiz Felipe de Medeiros, presos por decisão cautelar da 35ª Vara da Capital, foram indiciados os soldados Newland de Oliveira Júnior e Bruno Medeiros Athanasio. Até hoje, 25 policiais foram denunciados por tortura, 17 por ocultação de cadáver, 13 por formação de quadrilha e quatro por fraude processual.

Após apresentar provas da corrupção praticada pelo policiais durante o Inquérito Policial Militar (IPM), o MP-RJ incluiu novo laudo pericial de exame de voz, produzido pelo próprio Centro de Criminalística da Polícia Militar. O documento concluiu que o policial militar Marlon Campos Reis se fez passar pelo traficante Thiago da Silva Neris, o Catatau, em uma ligação telefônica em que o suspeito assumiria a responsabilidade pela morte de Amarildo. Marlon já é réu no processo comum, mas na Justiça Militar ainda não está denunciado.

Em outra análise, a Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia do MP-RJ, comparando a voz dos 34 PMs citados no processo, descobriu que o soldado Marlon foi o autor da ligação, acompanhado do soldado Vital. Com o telefone monitorado, eles ligaram do bairro de Higienópolis, no subúrbio do Rio. A interceptação dos celulares particulares também revelou que eles estavam na mesma Estação de Rádio Base da ligação.

De acordo com o MP-RJ, a corregedoria da PM afirmou que os crimes cometidos pelos policiais denunciados já são julgados na Justiça comum e, por isso, não seria necessária a denúncia. Para o promotor Paulo Roberto Mello Cunha Junior, eles foram denunciados por fraude processual, mas a corregedoria entendeu que o crime seria o mesmo denunciado hoje.

De acordo com a denúncia, os policiais pagaram R$ 850 para uma moradora da comunidade da Rocinha, identificada como Lucia Helena, e teriam pago mais R$ 500 a uma testemunha identificada apenas por Wellington. Segundo os promotores, Lucia Helena voltou atrás e confessou ter recebido a propina para mentir em depoimento. Em agosto deste ano, a filha de Lucia Helena registrou o desaparecimento da mãe na Delegacia de Homicídios. Wellington nunca mais foi visto, mas não há registros comprovando seu desaparecimento.

Fonte: www.cearaagora.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir