Categoria Geral  Noticia Atualizada em 13-12-2014

Vendas no varejo brasileiro sobem mais que o esperado em out
As vendas no varejo brasileiro subiram 1 por cento em outubro, terceira alta mensal seguida e com ritmo acima do esperado puxado sobretudo pelos supermercados, mas ainda insuficiente para representar melhor recuperação do setor.
Vendas no varejo brasileiro sobem mais que o esperado em out
Foto: br.reuters.com

Na comparação com um ano antes, as vendas avançaram 1,8 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

O resultado de outubro na comparação mensal foi o mais forte para o mês desde 2009 (2 por cento) e ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,50 por cento, igualando a projeção mais alta. Para a base anual, a expectativa mediana era de alta de 0,95 por cento.

O IBGE informou que o volume de vendas em sete das oito atividades pesquisadas no varejo restrito subiram em outubro na comparação mensal, com destaque para o segmento de Hipermercados e supermercados, que recuperou a perda de 0,2 por cento do mês anterior ao avançar 1,3 por cento em outubro.

Segundo o instituto, o setor foi favorecido pela taxa de desemprego baixa, que em outubro atingiu o menor nível para o mês, bem como pela melhora na renda. Soma-se a isso, segundo o consultor do IBGE Nilo Lopes, os trabalhos temporários criados com a eleição naquele mês.

"A eleição sem dúvida gera uma renda extra, tem mais gente trabalhando... A economia movimenta mais recursos, isso é inegável", destacou ele.

Já o segmento de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação registrou a maior alta mensal em outubro, de 3,5 por cento, após queda de 1,9 por cento em setembro.

O único resultado mensal negativo foi visto em Livros, jornais, revistas e papelaria, de 0,9 por cento.

O IBGE informou ainda que o volume de vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, subiu 1,7 por cento em outubro sobre o mês anterior, impulsionado por Veículos e motos, partes e peças, que avançaram 4,3 por cento no período.

MODERAÇíO

Apesar do terceiro resultado positivo, o cenário para o setor ainda é frágil neste final de ano, com algumas sinalizações que podem pesar sobre o varejo. Em novembro, o Índice de Confiança do Consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV) atingiu o menor nível em seis anos. Além disso, os custos dos empréstimos estão maiores, após a Selic ter sido elevada a 11,75 por cento.

"Avaliamos que as vendas de automóveis deverão voltar a apontar contração nos meses seguintes, como reflexo da menor renda disponível das famílias que assumiram dívidas no passado e do encarecimento do crédito... Essa mesma tendência prejudicará os segmentos que comercializam outros bens de consumo duráveis", escreveu em nota economista-chefe da corretora Concordia, Flávio Combat, que vê expansão de 2 por cento no varejista restrito neste ano, muito aquém do avanço de 4,3 por cento visto em 2013.

O país saiu da recessão técnica no terceiro trimestre com crescimento de apenas 0,1 por cento, e a expectativa de economistas na pesquisa Focus do Banco Central é de expansão neste ano de apenas 0,18 por cento.

"As vendas no varejo estão recuperando parte das vendas lá de trás... É uma tendência (que existia antes) de moderação", disse o economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flávio Serrano.

(Reportagem adicional de Felipe Pontes, no Rio de Janeiro)

Fonte: br.reuters.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir