Categoria Geral  Noticia Atualizada em 17-12-2014

Dólar fecha em alta valendo R$ 2,73, maior patamar desde mar
Dólar volátil deixou o dia tenso nas corretoras de câmbio. Intervenção será de no mínimo US$ 50 mi por dia em 2015, diz Tombini.
Dólar fecha em alta valendo R$ 2,73, maior patamar desde mar
Foto: g1.globo.com

Mais um dia de tensão no mercado de câmbio. O dólar fechou em alta pela quinta sessão seguida reagindo à intensa aversão ao risco nos mercados globais. A Rússia, que elevou as taxas de juros para conter a desvalorização da moeda, teve uma boa contribuição para a escalada do dólar por aqui.
A moeda americana abriu o dia em alta. No começo da tarde, bateu os R$ 2,76, mas foi perdendo força depois. Mesmo assim, encerrou a terça-feira (16) em alta de 1,87%, valendo R$ 2,735. É o maior patamar desde 28 de março de 2005.
E essa oscilação do dólar levou apreensão pra quem trabalha nas mesas de câmbio.
Quando o expediente começou os 140 funcionários da Pioneer Corretora suspeitavam do que teriam pela frente. O anúncio do aumento da taxa de juros na Rússia na segunda, somado a melhora da economia europeia e a expectativa de um anuncio de alterações da política econômica pelo Banco Central brasileiro pioraram o clima de incertezas no mercado.
"Para nós, foi um dia muito nervoso", diz o corretor Ibraim Pedroso.
O susto veio no início da tarde. Enquanto o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fazia um pronunciamento na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o dólar chegou a R$ 2,76. Foi o momento mais tenso do dia.
Importadores e exportadores provocaram uma enxurrada de ligações. Enquanto uns estavam ainda mais indecisos sobre o que fazer, outros aproveitaram a melhor taxa para vender.
"Foi muito corrido. A gente quase que não conseguia dar conta das ligações. A demanda era muito grande, principalmente, de informações que ninguém tinha exata do que poderia vir a ocorrer", conta o corretor Márcio Phillipe.
"Foi um dia muito estressante, muito volátil o mercado. O telefone não parava de tocar. O mercado puxou pra caramba, aí o importador falou ‘e aí, espero? Não espero? Fecho agora? E se eu fechar agora e abaixar?’ Fica todo mundo naquela incerteza, todo mundo ligando, querendo sua opinião, é claro. É muito complicado", conta a corretora Regiane Aramburo.

À tarde o mercado se acalmou. Na opinião do diretor da corretora foi reflexo da resposta do Banco Central aos anseios do mercado. O dia atípico fez o volume de operações comerciais aumentar 50%.
"É um dia atípico. Tudo isso junto acompanhado inclusive com a Bolsa, uma primeira queda das ações da Petrobras, depois novamente as ações subindo basicamente quase 10% e voltando a cair outra vez... Quer dizer, você tem um dia que é uma loucura. E o câmbio flutuou o dia inteiro nessa situação", diz o diretor João Medeiros.
O presidente do Banco Central disse que o programa de swaps cambiais, que equivale à venda futura de dólares, vai continuar em 2015.
Segundo Alexandre Tombini, a partir do ano que vem, a ração diária do processo de intervenção do BC deve variar entre US$ 50 milhões e US$ 200 milhões. Hoje, a oferta chega a US$ 200 milhões ao dia em contratos.
Tombini afirmou ainda que o Banco Central vai divulgar nos próximos dias os detalhes de como será o programa de intervenção no câmbio em 2015.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir