Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-12-2014

FARC anunciam cessar-fogo unilateral e por tempo indetermina
Guerrilha marxista colombiana toma a iniciativa para fechar o ciclo de negocia��es com vista ao estabelecimento de um acordo de paz com o Governo.
FARC anunciam cessar-fogo unilateral e por tempo indetermina
Foto: publico.pt

As For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia (FARC) declararam um cessar-fogo unilateral e incondicional, que entrar� em vigor neste s�bado, dia 20, por tempo indeterminado. A guerrilha marxista avisa, por�m, que o cessar-fogo ser� imediatamente abandonado se as for�as rebeldes forem atacadas pelo Ex�rcito.

Um comunicado publicado no site das FARC diz que a guerrilha "resolveu declarar um cessar-fogo unilateral e p�r fim �s hostilidades por tempo indeterminado" � trata-se de um an�ncio hist�rico dentro do processo de paz com o Governo de Bogot�, que arrancou em 2012 em Cuba.

Desde o in�cio das negocia��es, a guerrilha declarou cessar-fogos tempor�rios nos dois �ltimos Natais e suspendeu as ac��es armadas durante as elei��es que, este ano, deram um segundo mandato presidencial a Juan Manuel Santos. Mas n�o tinha, at� agora, declarado uma tr�gua unilateral e incondicional.

"Este cessar-fogo unilateral, que esperamos se prolongue no tempo, s� ser� interrompido se as nossas estruturas de guerrilha forem alvo de qualquer ataque militar", informaram as FARC. Aquela que � a principal guerrilha colombiana tem um n�mero de combatentes calculado em cerca de 8000.

Os rebeldes pedem a verifica��o do cessar-fogo por uma organiza��o internacional independente, como as Na��es Unidas, a Cruz Vermelha, a Uni�o das Na��es Sul-Americanas ou a Igreja Cat�lica. "� nossa esperan�a que o povo soberano [da Col�mbia] queira tamb�m assumir o protagonismo dessa supervis�o, uma vez que o cessar-fogo foi decidido para o benef�cio de uma p�tria dilacerada e em homenagem �s v�timas de ontem e hoje", diz o comunicado.

O apelo ao envolvimento de organiza��es internacionais � a forma encontrada pelas FARC para pressionar Jos� Manuel Santos a assumir tamb�m o cessar-fogo, explicou a Reuters. Desde o in�cio das conversa��es com vista � assinatura de um acordo de paz, os rebeldes t�m exigido, sem sucesso, que o Governo tamb�m se comprometa com uma tr�gua.

O an�ncio foi confirmado pelo negociador das FARC, Iv�n M�rquez, em Havana, onde, na ter�a-feira, terminou a quinta ronda das conversa��es para p�r termo ao conflito armado de cinco d�cadas, o mais velho da Am�rica Latina, que foi respons�vel pela morte de 220 mil pessoas e a desloca��o de 5,3 milh�es.

Pelo lado do Governo, o embaixador Humberto de la Calle disse que o processo est� a entrar na recta final, e manifestou optimismo numa resolu��o do conflito. "� o que merecemos, como sociedade, e � tamb�m a maneira de responder �s v�timas e aos milh�es de colombianos que acreditam neste processo. N�o vamos dilatar a esperan�a nem decepcionar o pa�s, que espera um futuro em paz", declarou.

J� esta quinta-feira, o executivo de Bogot� saudou a iniciativa das FARC, que considera um "bom princ�pio", mas continua a excluir um cessar-fogo bilateral antes da assinatura de um acordo de paz definitivo, argumentando com a necessidade de "protec��o dos cidad�os". "O Governo avaliar� o cumprimento da decis�o pelas FARC. O pa�s n�o pode e n�o quer repetir as experi�ncias do passado, quando an�ncios de cessar-fogo foram apenas parcialmente mantidos", indica um comunicado da Presid�ncia.

As negocia��es que t�m decorrido em Cuba permitiram j�, recorda a Reuters, entendimentos parciais sobre temas como a reforma da terra, a participa��o das FARC na pol�tica colombina e o combate ao tr�fico de droga. Nas pr�ximas fases ser�o abordados assuntos delicados como a desmobiliza��o dos rebeldes e as compensa��es a v�timas. "Os pr�ximos meses s�o fundamentais � o cen�rio � nada mais, nada menos, do que o de que de agora ou nunca", diz o comunicado da guerrilha.

Fonte: publico.pt
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir