Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-12-2014

Cid Gomes: mais uma indicação política para a pasta da Educa
Mais uma vez, a escolha do ministro da educação deixou de lado critérios técnicos para dar lugar à motivações de natureza política.
Cid Gomes: mais uma indicação política para a pasta da Educa
Foto: www.folhadirigida.com.br

A presidente Dilma Rousseff confirmou, na última terça, dia 23, o nome do governador do Ceará Cid Gomes, que não tem qualquer ligação com a área educacional, para o cargo em seu segundo mandato.

O ex-governador substitui Henrique Paim, que, apesar de ter atuado no MEC desde o governo Lula, em funções como a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e secretário-executivo do ministério, ficou menos de um ano à frente da pasta. Especula-se que Paim voltará à secretaria-executiva.

Nos últimos 20 anos, educadores não tiveram espaço à frente do MEC. No governo FHC, o economista Paulo Renato Souza comandou a pasta por oito anos. Nos governos do ex-presidente Lula e no primeiro mandato de Dilma Roussef, foram ministros Aloizio Mercadante, Tarso Genro, que nunca tinham atuado diretamente com educação, e Fernando Haddad, advogado e professor licenciado de Ciência Política da Universidade de São Paulo, que ficou cerca de seis anos e meio no cargo principalmente pelas pretensões do PT em lança-lo candidato a prefeito de São Paulo, cargo que ocupa atualmente.

Ao longo das últimas duas décadas, o nome mais identificado com a área educacional foi o de Cristavam Buarque, ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) e que notabilizou-se por defender bandeiras educacionais em sua atuação como político. O atual ministro, Henrique Paim, é advogado por formação, mas pode-se dizer que tem um vínculo mais próximo com a educação, por ser professor universitário licenciado. Coincidência ou não, eles estão entre os que menos ficaram à frente do MEC.

Cid Gomes é governador do Ceará desde 2006. Engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Ceará, sua ligação mais próxima com a educação é o fato de ter sido presidente do Centro Acadêmico do curso. Sua nomeação deve-se, principalmente, ao fato de ter sido um dos principais apoiadores da campanha da presidente Dilma no Ceará este ano e também por sua participação em outras eleições. Ele, por exemplo, coordenou a campanha do ex-presidente Lula para o segundo turno da eleição presidencial, em 2006.

O novo ministro nasceu na cidade de Sobral, no Ceará, em 1963. Ele ingressou na política aos 25 anos. Em 1990, assumiu seu primeiro mandato: o de deputado estadual. Seis anos depois, foi eleito prefeito de Sobral e, na eleição seguinte, reeleito. Em 2005, mudou-se para Washington (EUA), onde exerceu a função de consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em 2006 chegou ao governo do estado e foi reeleito em 2010. Ele é irmão do ex-governador do Ceará Ciro Gomes, que também foi ministro da economia e candidatou-se à presidência da república em 2002.

Em uma curta gestão, o máximo que o atual ministro, Henrique Paim, conseguiu foi dar continuidade aos principais programas do MEC. Em ano eleitoral, no qual a dificuldade em implantar novas ações é maior, ele deu sequência, entre outras, a iniciativas como o Pacto Nacional pela Alfabetização, que busca fazer com que crianças saibam ler, escrever e utilizar as operações matemáticas básicas até 8 anos de idade; o ProInfância, que tem como objetivo construir cerca de 5 mil creches em todo o país; e às principais avaliações de ensino da educação básica e do ensino superior.

Um dos maiores desafios do novo ministro é melhorar a qualidade do aprendizado nas escolas brasileiras, em especial no ensino médio. Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013, divulgados no ano passado, mostram que, nesta etapa do ensino, o Brasil não atingiu a meta estabelecida pelo próprio MEC. O mesmo aconteceu no segundo segmento do ensino fundamental.

Fonte: www.folhadirigida.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir