Categoria Geral  Noticia Atualizada em 02-01-2015

De saída, Carvalho diz pertencer à "quadrilha dos pobres"
Petista deixa Palácio do Planalto após 12 anos de atuação nos governos Lula e Dilma e rebate discurso da oposição
De saída, Carvalho diz pertencer à
Foto: noticias.terra.com.br

D saída do Palácio do Planalto após 12 anos, Gilberto Carvalho deixou a Secretaria Geral da Presidência da República nesta sexta-feira dizendo pertencer à "quadrilha dos pobres". A expressão foi uma resposta ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que disse ter perdido a eleição presidencial para uma organização criminosa.

"A quem diz que perdeu as eleições para uma quadrilha, quero responder dizendo que é essa a nossa quadrilha. Para eles, pobre é quadrilha; essa é a quadrilha dos pobres, que foram injustamente vencidos na história, que foram o tempo todo marginalizados e que agora estão sendo tratados minimamente com dignidade. Com muito orgulho quero dizer ‘eu pertenço a essa quadrilha’ e vamos continuar mudanças no País", discursou Gilberto Carvalho, bastante aplaudido por servidores do Palácio do Planalto e convidados.

Emocionado, Gilberto Carvalho disse que não enriqueceu com o poder e que voltará para casa com uma quitinete rural e um apartamento financiado pelo Banco do Brasil. "Eu quero afirmar que a imensa maioria dos nossos companheiros, dos nossos ministros, trabalham aqui para servir. Nós não somos ladrões", disse, ao transmitir o cargo para Miguel Rossetto.

Gilberto Carvalho atuou como chefe de gabinete do ex-presidente Lula e foi o titular da Secretaria Geral durante o primeiro mandato de Dilma, cuja atribuição é dialogar com movimentos sociais. Amigo de Lula, o agora ex-ministro era conhecido por dar declarações polêmicas a jornalistas.

"Eu dei muita dor de cabeça a ela (Dilma), particularmente com as minhas falas com os companheiros da imprensa. Eu confesso que muitas vezes eu passava para as reuniões e eles estavam com uma cara de órfãos porque ninguém falava neste palácio. Aí eu falava uma coisa e virava uma bomba", brincou.

Carvalho aproveitou a solenidade para homenagear o ex-ministro Luiz Gushiken, da Secretaria de Comunicação Social, morto em 2013, que chegou a ser acusado no processo do mensalão, mas não foi considerado culpado. Segundo o petista, o ex-colega morreu sem ser "devidamente reconhecido".

Ao assumir o cargo, Miguel Rossetto disse que vai manter o diálogo forte com a sociedade civil e prometeu trabalhar para avançar em reformas, como a da política. "Vamos construir um diálogo forte, intenso, capaz de construir consensos", disse.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir