É uma questão incómoda mas em que todos já pensámos: preferiríamos uma morte rápida e inesperada ou um fim lento que nos proporcionasse a possibilidade de nos despedirmos?
Foto: sol.pt Para a maioria das pessoas é também uma questão demasiado íntima para ser discutida publicamente. Daí que esteja a causar enorme polémica a forma com que um médico britânico decidiu abordar o assunto.
"Pode dizer adeus, reflectir sobre a sua vida, deixar as últimas mensagens, talvez visitar lugares especiais pela última vez, ouvir as suas peças de música favoritas, ler poemas adorados e preparar, de acordo com as suas crenças, para a reunião com o criador ou para o descanso eterno", escreveu Richard Smith num blog do British Medical Journal.
Considerando a morte por cancro como "a melhor morte", Smith argumenta mesmo que não deveriam ser gastos tantos milhões a tentar salvar doentes oncológicos – um ponto que está a causar especial indignação – e que o sofrimento poderia ser minorado com "amor, morfina e whiskey".
Smith, que segundo o Independent colaborou com a BBC, argumenta que uma morte fulminante causa um trauma muito maior aos familiares e amigos das vítimas.
No próprio blog, inúmeros leitores comentam e criticam o autor. Janet Freeman-Daily, doente de cancro no pulmão em estado avançado, contra-argumenta que preferia partir "rapidamente na posse de todas as faculdades", e recorda a Smith que a doença oncológica acaba muitas vezes por incapacitar as suas vítimas antes que estas se apercebam do seu estado, impossibilitando uma despedida prolongada do mundo e da vida.
Fonte: sol.pt
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