Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-01-2015

Kátia Abreu volta a falar em ampliar a “classe média rural”
Para Kátia Abreu, apoio técnico e novas tecnologias aumentarão a produtividade do campo e a renda dos produtores brasileiros
Kátia Abreu volta a falar em ampliar a “classe média rural”
Foto: www.cenariomt.com.br

Em cerimônia extremamente disputada, aconteceu ontem à tarde, na sede do Ministério da Agricultura em Brasília, a cerimônia oficial de posse da nova ministra da pasta, a Senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). Ela substitui o deputado federal mato-grossense Neri Geller (PMDB), que comandava o gabinete desde março de 2014.

Logo no início de seu discurso de posse a nova ministra afirmou que será obstinada lutadora para que a classe média rural brasileira seja ampliada. Segundo ela, "a exemplo do que ocorreu nas cidades, a meta é dobrar o contingente de produtores na classe C, atualmente em 800 mil. Dos 5 milhões de produtores no País, a grande maioria, cerca de 70%, está nas classes D e E, com baixo acesso ao crédito. A vida é um mutirão de todos, é dever do Estado criar oportunidades, para que todos sejam autores de suas próprias vidas".

Para Kátia Abreu, um dos papéis fundamentais ao Estado diz respeito justamente ao preenchimento das "lacunas de revolução do conhecimento no campo". Ela referia-se ao desenvolvimento de novas tecnologias para o mapeamento dos microterritórios, cuja finalidade é expandir a rede nacional de assistência técnica e rural. Segundo ela, com conhecimento das microrregiões, o Brasil poderá saber mais de si e de suas potencialidades.

Ao despedir-se do cargo que ocupou e da equipe que comandou por quase um ano, o ex-ministro Neri Geller enfatizou o apoio recebido pela Frente Parlamentar da Agropecuária, principalmente com sugestões e debates que acabaram por forjar o atual Plano Safra. Ele ressaltou o sucesso do programa e fez um balanço dos dados parciais alcançados até o momento. Segundo dados do Ministério da Agricultura, foram movimentados até o final de dezembro o total aproximado de R$ 156 bilhões, sendo que a maioria deste dinheiro serviu à pequenas propriedades rurais. Em agradecimento, Geller afirmou que sai com discrição e com o sentimento do dever cumprido, ressaltando acreditar na competência de sua sucessora: "Saio como ministro discreto, como meus antecessores o foram, tenho certeza de que a nova ministra, pelo perfil e atuação no Congresso para a aprovação do Código Florestal, vai fazer um grande trabalho".

Os avanços conseguidos mais "emblemáticos", segundo a própria Kátia Abreu, durante o gabinete do ministro Geller foram a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – Anater, através do Decreto 8.252/14; a incessante luta para que as taxas de juros ao financiamento e ao custeio da atividade rural permanecessem em níveis compatíveis aos ganhos do campo; a aprovação do Código Florestal, e; da MP dos Portos.

Guerra Verde – A nova ministra também disse que o Brasil precisa se inserir definitivamente naquilo que ela chamou de "guerra verde", ou seja, o campo de batalha do agronegócio internacional.

Em sua opinião, "a produção e a exportação do agronegócio são partes fundamentais na estabilidade da economia. No plano interno, abastecendo o mercado a preços estáveis. E, no plano externo, produzindo dezenas de milhões de dólares em superávit comerciais", afirmou, concluindo: "A redução do crescimento da demanda dos países desenvolvidos pode reduzir os preços, mas o espaço para elevar a produtividade não está esgotado. Temos de equilibrar os diversos interesses do setor produtivo, a fim de nos abrirmos para o mundo. Isso tem um preço, mas vale a pena pagá-lo".

Logística e energia limpa – No entanto, Kátia Abreu disse que esta inserção só ocorrerá de fato se houver meios que alavanquem a competitividade nacional além da produtividade. Referindo-se diretamente à manutenção dos investimentos logísticos em ferrovias, hidrovias e ampliação do escoamento portuário, a ministra enfatizou que só assim seremos capazes de fazer com que "mundo rural se torne um continente de prosperidade, em vez de ilha".

Falando da crise vivida atualmente pelo setor sucroalcooleiro, que fechou dezenas de usinas nos últimos dois anos, a ministra disse que "preciso superar a crise do setor com incentivos de crédito rural e avanços em infraestrutura para ajustar a oferta às demandas. Assumo o compromisso em dobrar a área de irrigação nos próximos quatro anos. Estamos aproveitando, atualmente, 17% do nosso potencial".

Missão – Para dar cabo de sua missão a ministra disse que sua primeira medida para estabelecer novos avanços no conhecimento técnico dos servidores do Estado será a inauguração da Escola Brasileira da Agricultura e Pecuária. "Eu recebi a determinação para realizar programas de revolução, de modernização, de eficiência em prol do fim da burocracia", declarou.

Fonte: www.cenariomt.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir