Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-01-2015

Em ranking, Brasil é o 44º país mais democrático do mundo
País melhora desempenho em ranking de consultoria britânica em 2014, mas estado da política ainda é fonte de "desilusão popular"
Em ranking, Brasil é o 44º país mais democrático do mundo
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Na contramão do restante da América Latina, o Brasil viu uma melhora no panorama da sua democracia no ano passado - entretanto, o sistema ainda é considerado "falho" e sofre com baixa participação política, segundo um ranking divulgado nesta terça-feira pela Economist Intelligence Unit (EIU), consultoria ligada à revista britânica The Economist.

De acordo com o levantamento Democracy Index 2014 (Índice de Democracia 2014), o Brasil foi considerado, no ano passado, o 44º país mais democrático do mundo entre 165 nações independentes e dois territórios. É também o quinto país da América Latina mais bem avaliado, atrás de Uruguai, Costa Rica, Chile e Jamaica. Em 2013, o Brasil ocupava a 45ª posição na lista.

O ranking geral é liderado pela Noruega, seguido da Suécia, Islândia, Nova Zelândia, Dinamarca e Suíça.

Apesar de ter sido o único país da América Latina que obteve, no ano passado, um melhor desempenho na comparação com 2013, o Brasil ainda tem uma democracia considerada "falha" e sofre com uma "desilusão popular sobre o estado da grande política", assinala o relatório.

Segundo a pesquisa, essa frustração "ficou evidente na vitória da presidente Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de outubro, que ela ganhou por margens apertadas".

Além disso, o Brasil obteve, no ano passado, a mesma nota ─ 7,38 ─ do que em 2006, quando o ranking, que está na sétima edição, foi publicado pela primeira vez. A escala varia entre 0 a 10 (quanto mais próximo de 10, "mais democrático" é considerado o país avaliado).

Índide de Democracia 2014
Por tipo de regime:

Democracias "plenas": 24 países (12,5% da população mundial)
Democracias "falhas": 52 países (35,5% da população mundial)
Regimes híbridos: 39 países (14,4% da população mundial)
Regimes autoritários: 52 países (37,65 da população mundial)

Categorias
O levantamento é baseado em 60 indicadores agrupados em cinco categorias: "processo eleitoral e pluralismo"; "liberdades civis"; "funcionamento do governo"; "participação política" e "cultura política". Dependendo da nota que recebem em cada um desses quesitos, os países são divididos em quatro tipos de regime: "democracias plenas"; "democracias falhas"; "regimes híbridos" e "regimes autoritários".

Considerado "uma democracia falha" segundo o ranking, o Brasil obteve a menor pontuação na categoria "participação política" e a maior em "processo eleitoral e pluralismo".

De acordo com a EIU, as democracias consideradas "falhas" estão concentradas na América Latina e no leste europeu, e, em menor grau, na Ásia.

Na região, apenas Uruguai (17º lugar) e Costa Rica (24º lugar) são considerados "democracias plenas". O único país avaliado como "regime autoritário" é Cuba (127º lugar).

"Apesar de o progresso na democratização da América Latina nas últimas décadas, muitos países da região têm democracias frágeis. Os níveis de participação política são geralmente baixos e as culturas democráticas fracas. Tem havido também um retrocesso nos últimos anos em algumas áreas, como a liberdade de imprensa", sugere a pesquisa.

De acordo com o relatório, embora tenha havido "ganhos substanciais" no estabelecimento de uma "democracia eleitoral" nas últimas três décadas, o Brasil, assim como o restante do continente, vem tendo dificuldades em obter mais avanços na democratização.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir