Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-01-2015

Amigos do meio teatral se despedem da atriz Maria Della
Amigos do meio teatral se despediram no domingo, 25, da atriz Maria Della Costa, que morreu s�bado, aos 89 anos, em vel�rio no Teatro Municipal. Saudada n�o s� como artista, mas como empreendedora, por ter mantido uma companhia e um teatro, ela foi aplaud
Amigos do meio teatral se despedem da atriz Maria Della
Foto: br.noticias.yahoo.com

No domingo, o caix�o foi transferido para a C�mara dos Vereadores de Paraty, cidade do Sul fluminense que Maria amava e onde ela abriu uma pousada h� mais de 40 anos (j� vendida). O enterro ser� nesta segunda-feira, 26, �s 11 horas, junto ao t�mulo de sua m�e.

Fumante por d�cadas, a atriz morreu em decorr�ncia de uma doen�a cr�nica nos pulm�es. A sa�de tinha se fragilizado tamb�m por conta de uma queda que sofreu na pousada ao cuidar de uma �rvore, que fez com que quebrasse um f�mur.

No Municipal, o vel�rio foi singelo, sem a presen�a de f�s. Fora de cena desde os anos 1990, Gentile Maria Marchioro Della Costa, ga�cha de Flores da Cunha, filha de imigrantes italianos e feita performer no Rio - come�ou como modelo (detinha o t�tulo de "primeira manequim do Brasil") e show-girl do Cassino Copacabana, al�m de estrear em teatro em 1944 com A Moreninha - , est� mais presente na lembran�a do p�blico mais maduro.

"Ela � eterna, n�o descart�vel. Queria ver isso aqui lotado. Maria era uma crian�a, de uma simplicidade moderna", disse Latorraca, que trabalhou com Maria Della Costa no in�cio da carreira, em 1973, na montagem de Bodas de Sangue, de Garcia Lorca, com dire��o de Antunes Filho. "As pessoas v�o esquecer, mas ela fez hist�ria. Se tivesse seguido na carreira, hoje seria uma Fernanda Montenegro, uma Bibi Ferreira, uma Nathalia Timberg. Trabalhou todos os grandes autores e com os melhores diretores", lembrou Edwin Luisi.

"Maria foi uma oper�ria aben�oada do teatro, criou um repert�rio de muita qualidade. Tinha luz pr�pria e abriu caminhos, com for�a e dignidade", elogiou Nathalia Timberg, muito emocionada. Mar�lia P�ra lembrou sua beleza incomum, igualada, � �poca, � de Tonia Carrero, e o papel fundamental do marido e produtor Sandro Polloni, parceiro de todas as empreitadas desde os anos 1940 at� sua morte, em 1995. "Ele foi o grande mentor da Maria, criou uma vida de rainha para ela. Uma mulher humilde, que veio de um lugar muito simples, que nem tinha uma personalidade muito marcante, e que acabou fazendo todos os pap�is do teatro".

A pesquisadora Tania Brand�o, autora de Uma Empresa e Seus Segredos: Companhia Maria Della Costa, endossou: "Maria foi a atriz que teve o papel mais fundamental na moderniza��o do teatro brasileiro". "Ela apresentou Brecht ao Brasil, com A Alma Boa de Setsuan. Trouxe da It�lia Gianni Rato, que viria a ser o maior encenador da hist�ria do teatro brasileiro, lan�ou Fernanda Montenegro e S�rgio Britto", enumerou, ainda, Tania. "Ela tinha vontade de retomar, mas n�o surgiram oportunidades".
O colecionador Marcelo Del Cima, a quem Maria doou seu acervo de fotografias e figurinos, contou que a atriz foi convencida a deixar seu ref�gio em Paraty em 2012 para cuidar da sa�de no Rio. "Ela era muito ativa. Foi muito homenageada em vida, recebeu t�tulos, medalhas, comendas".

Em breve, deve ser lan�ado o �ltimo trabalho de Maria, o filme 1964, de Wladimir Castro, baseado em conto hom�nimo de Arnaldo Jabor. Gravado em 2009, est� sendo finalizado. Outro projeto � um document�rio sobre a artista com cenas que sobraram dessas filmagens e imagens de arquivo.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: br.noticias.yahoo.com
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir