Categoria Geral  Noticia Atualizada em 28-01-2015

Aids em alta, camisinha em baixa
Essa constata��o pode estar diretamente ligada ao aumento de jovens infectados pelo v�rus HIV e a queda na procura por preservativos
Aids em alta, camisinha em baixa
Foto: dm.com.br

Conforme os dados divulgados pelo Minist�rio da Sa�de no Dia Mundial de Combate � Aids, nos �ltimos seis anos, a taxa de contamina��o aumentou cerca de 68% entre os jovens de 16 a 24 anos no Brasil. Conforme estimativas feitas pelo Departamento de Doen�as Sexualmente Transmiss�veis, Aids e hepatites virais h� cerca de 720 mil brasileiros infectados pelo v�rus HIV/Aids no Pa�s. Se levarmos em considera��o o acumulado das estat�sticas a partir do ano de 1980 chegamos aos seguintes n�meros: 686.478 casos de Aids, dos quais 445.197 (64,9%) s�o do sexo masculino e 241.223 (35,1%) do sexo feminino. Do total de casos registrados entre 1980 e junho de 2013, 379.045 (55,2%) s�o da Regi�o Sudeste; 137.126 (20,0%) da Regi�o Sul; 95.516 (13,9%) da Regi�o Nordeste; 39.691 (5,8%) da Regi�o Centro-Oeste; e 35.100 (5,1%) da Regi�o Norte.

Em Goi�s, conforme dados divulgados pelo Boletim Epidemiol�gico HIV/Aids do Estado de Goi�s 2014, 8.032 casos j� foram notificados desde 2002 at� o �ltimo ano. E desde a descoberta do primeiro caso no Estado, ocorrida no ano de 1984, j� foram constatados 4.489 �bitos causados pelo v�rus.

J� relacionado � exposi��o dos casos de Aids em indiv�duos no per�odo analisado, os heterossexuais foram os mais afetados com 53,7%(4316) dos casos. Em seguida, os homossexuais 15,8% (1270); bissexuais 4,7% (378); usu�rios de drogas 2,2% (178); transmiss�o vertical 0,2%(14); transfus�o 0,1% (8); hemof�licos 0,04% (3) e ignorados 23,2% (1865).

"A epidemia da Aids no Estado tem sido expressiva entre a popula��o de adultos jovens e economicamente ativos. Ainda, � representativo a eleva��o no percentual de casos em indiv�duos idosos, que de 2000 para 2013 teve um aumento de 700% passando de cinco casos para 36 casos respectivamente, ratificando a necessidade de implementa��o de a��es direcionadas a essa importante parcela da popula��o, que possui caracter�sticas intr�nsecas e extr�nsecas que elevam a vulnerabilidade para a aquisi��o e dissemina��o de agentes de transmiss�o sexual." Afirma o relat�rio Boletim Epidemiol�gico HIV/Aids do Estado de Goi�s 2014.



soropositivos

Outro dado que deve ser levado em considera��o � em rela��o � procura de preservativos, por parte dos brasileiros, houve queda. A pesquisa realizada pela Drogaria Nova Esperan�a aponta que a procura por preservativos no Pa�s caiu cerca de 14%, um dado que pode estar diretamente ligado ao aumento no percentual de jovens soropositivos.

Devido a essas estat�sticas, a reportagem do Di�rio da Manh� conversou com Marcos Antonio Ribeiro, que � t�cnico da coordena��o de DST/Aids da Secretaria Estadual de Sa�de (SES) para saber a real situa��o do processo de distribui��o de preservativos no estado. Marcos Antonio explica que os preservativos s�o direcionados para 17 regionais distribu�das pelo Estado e depois seguem para os munic�pios. "A secretaria libera, mensalmente, para as regionais distribu�rem para os munic�pios o gel lubrificante, os preservativos masculinos e femininos, que est� em falta atualmente."

Para Marcos Antonio, a realidade de distribui��o varia muito em rela��o ao tamanho dos munic�pios, assim como a procura pelos preservativos. O t�cnico do departamento ainda explica que a m�dia mensal de distribui��o de preservativos � de 600 mil a 900 mil por m�s, sendo que em per�odos de campanha esse total supera 1 milh�o de unidades. "Temos quatro campanhas durante o ano. Uma em dezembro, que dia primeiro � o dia Mundial de Combate a Aids. A campanha de carnaval, no m�s de julho devido as f�rias e em outubro por conta da campanha de combate � s�filis."

O membro da SES ainda ressalta as dificuldades encontradas no �mbito da conscientiza��o nas escolas. "Enfrentamos dificuldades em rela��o � conscientiza��o por conta do tabu da sexualidade principalmente nas escolas. Fator que prejudica o trabalho, pois pessoas acham que a conscientiza��o ir� estimular o sexo, o que n�o � verdade."



Goi�nia

A reportagem do DM tamb�m conversou com a chefe da Divis�o de Doen�as Transmiss�veis Cr�nicas do munic�pio de Goi�nia, Ana Cec�lia Coelho, sobre a situa��o na Capital. Para Ana Cec�lia, nos tr�s �ltimos anos tem sido constatado o consumo regular de preservativos, em Goi�nia. "Hoje, n�o temos mais o controle de quem pega os preservativos, pois os cadastros inibiam as pessoas. Hoje, s�o colocados em displays com o livre acesso e sem quantidade limite. Mas percebemos que a quantidade de consumo tem se mantido equilibrada nos �ltimos tr�s anos."

Relacionado as campanhas de conscientiza��o feitas pela Secretaria Municipal de Sa�de (SES), Ana Cec�lia explica que est�o em andamento. A respons�vel ainda diz que, atualmente, o principal foco, est� na campanha "Fique Sabendo" que disponibiliza o teste r�pido de s�filis e HIV para a popula��o. Flyers tamb�m s�o distribu�dos no intuito de conscientizar as pessoas de como se prevenirem das Doen�as Sexualmente Transmiss�veis (DST).



Estado

A secret�ria de Sa�de do Estado de Goi�s emitiu nota para esclarecer a real situa��o que ocorre no estado, a qual afirma: "Observa-se no entanto pouca distribui��o e ou procura desse insumo nos munic�pios goianos."

A publica��o ressalta a import�ncia do uso do preservativo no combate ao HIV/Aids e explica as principais a��es tomadas pelo governo do Estado. "O Estado tem desempenhado seu papel de aquisi��o e distribui��o dos insumos (preservativos e g�is lubrificantes). S� de janeiro a novembro de 2014, o Estado distribuiu cerca de 7 milh�es de preservativos. Cabe aos munic�pios a distribui��o e execu��o de campanhas para que a ades�o ao uso do preservativo seja incorporado no comportamento sexual, aumentando com isso, a procura do preservativo pela popula��o nas unidades de sa�de. A distribui��o dos preservativos depende do quantitativo da popula��o sexualmente ativa municipal, bem como do quantitativo presente em estoque."



Minist�rio da Sa�de

Em entrevista concedida ao Di�rio da Manh�, o ministro da Sa�de, Arthur Chioro, afirmou que o crescimento da Aids na popula��o jovem brasileira n�o se trata de algo exclusivo de nosso Pa�s. "O crescimento da aids entre jovens n�o � um fen�meno exclusivo do Pa�s, mas carater�stico dos pa�ses que como o Brasil t�m epidemia considerada concentrada em popula��es de risco acrescido com vulnerabilidade."

Chioro ainda ressalta que as campanhas ter�o estrat�gias voltadas a juventude. "A estrat�gia deste ano prev� a continuidade da campanha, com adapta��es, para festas populares, como carnaval e outros eventos, durante todo o pr�ximo ano. Al�m disso, o minist�rio desenvolve em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de sa�de a��es e campanhas regionais e municipais por ocasi�o de eventos espec�ficos destinados � juventude, como shows e festas regionais."



HDT j� tem medicamento 3 em 1 para pacientes

O Hospital de Doen�as Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT/HAA) foi uma das unidades que j� recebeu a combina��o dos medicamentos tenofovir (300 mg), lamivudina (300 mg) e efavirenz (600 mg) em um �nico comprimido.

O Minist�rio da Sa�de enviou o medicamento 3 em 1 para o tratamento de pacientes com HIV/Aids.

O uso do medicamento 3 em 1 est� previsto no Protocolo Cl�nico de Tratamento de Adultos com HIV/Aids do Minist�rio da Sa�de como tratamento inicial para os pacientes soropositivos e deve beneficiar 100 mil novos pacientes em todo o Pa�s. Atualmente, os medicamentos s�o distribu�dos pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) e consumidos separadamente.

Para o ministro da Sa�de, Arthur Chioro, a dose fixa combinada (3 em 1) representa um avan�o importante na melhoria do acesso ao tratamento de HIV/Aids no Pa�s, uma vez que permitir� uma melhor ades�o ao tratamento de pessoas que vivem com a doen�a. Al�m de ser de f�cil ingest�o, o novo medicamento tem como grande vantagem a boa toler�ncia pelo paciente, j� que significa a redu��o de tr�s comprimidos para apenas um comprimido por dia.

De acordo com a coordenadora do Setor de Farm�cia do HDT/HAA, Mara Cristina Sampaio, o novo medicamento 3 em 1 come�ou a ser distribu�do pela Farm�cia Ambulatorial do hospital desde segunda-feira, dia 26 de janeiro.

A farmac�utica salienta que o medicamento 3 em 1 ser� disponibilizado, a princ�pio, somente para os pacientes que v�o iniciar o tratamento. Posteriormente, as unidades de sa�de receber�o quantitativo de medicamentos suficiente para abarcar todos os pacientes em uso deste esquema terap�utico.

DST no Brasil



As doen�as sexualmente transmiss�veis (DST) s�o consideradas como um dos problemas de sa�de p�blica mais comuns em todo o mundo. Em ambos os sexos, tornam o organismo mais vulner�vel a outras doen�as, inclusive a aids, al�m de terem rela��o com a mortalidade materna e infantil. No Brasil, as estimativas da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) de infec��es de transmiss�o sexual na popula��o sexualmente ativa, a cada ano, s�o:



S�filis: 937.000
Gonorreia: 1.541.800
Clam�dia: 1.967.200
Herpes genital: 640.900
HPV: 685.400


Desde 1986, a notifica��o de casos de aids e s�filis � obrigat�ria a m�dicos e respons�veis por organiza��es e estabelecimentos p�blicos e particulares de sa�de, seguindo recomenda��es do Minist�rio da Sa�de. Com as mesmas orienta��es, o registro de HIV em gestantes e rec�m-nascidos tornou-se obrigat�rio desde 2000.



Fonte: www.aids.gov.br

Fonte: dm.com.br
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir