Recado para os ministros foi para mostrar serviço, gastando menos.
Presidente disse que medidas pontuais são para garantir crescimento.
Foto: g1.globo.com O escândalo da Petrobras envolvendo as empreiteiras foi assunto na primeira reunião ministerial do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. E a presidente se disse preocupada em punir as pessoas e preservas as empresas.
Um recado para os ministros foi para mostrar serviço, gastando menos. Outro recado foi para sindicalistas, políticos insatisfeitos com as medidas já anunciadas. A presidente Dilma defendeu o ajuste fiscal, que aumentou impostos e dificultou o acesso a benefícios da Previdência. Disse que foram medidas pontuais para garantir o crescimento da economia e que os direitos trabalhistas são intocáveis.
A reunião foi na residência oficial da Granja do Torto. Os 39 ministros presentes. A presidente Dilma Rousseff abriu o primeiro encontro com a equipe do segundo mandato com um discurso de 40 minutos. Defendeu as mudanças já anunciadas no seguro-desemprego, no abono salarial e na pensão por morte. Dilma negou a retirada dos direitos trabalhistas e disse que são medidas corretivas.
"Direitos trabalhistas são intocáveis e não será o nosso governo, um governo dos trabalhadores que irá revogá-los", discursou Dilma Rousseff.
A presidente justificou os ajustes na economia. "Contas públicas em ordem são necessárias para o controle da inflação, o crescimento econômico e a garantia, de forma sustentada, do emprego e da renda. Nós vamos promover o reequilíbrio fiscal de forma gradual", afirma.
E cobrou uma redução nos gastos de cada ministério. "Lembro a cada um dos ministros que as restrições orçamentarias exigirão mais eficiência no gasto. Vamos fazer mais gastando menos".
Ao falar sobre corrupção, a presidente disse que vai mandar para o Congresso um projeto de lei que aumenta a punição de servidores corruptos e que a Petrobras passa por um processo de mudanças para aumentar o controle e a transparência.
"Nós devemos punir as pessoas e não destruir as empresas. As empresas, elas são essenciais para o Brasil. Nós temos que saber punir o crime, nós temos de saber fazer isso sem prejudicar a economia e o emprego do país", afirma a presidente Dilma Rousseff.
A crise hídrica também entrou na pauta da reunião. Dilma Rousseff afirmou que o país vive a pior estiagem das últimas décadas e que o governo federal está colaborando com governadores e investindo em obras estaduais. A presidente, no entanto, fez questão de dizer que o abastecimento de água é de responsabilidade de cada um dos estados.
"Em São Paulo, estamos autorizando, e já tínhamos autorizado, a partir das solicitações do governador, as grandes obras para ampliar a oferta de água e vamos fortalecer ainda mais nosso apoio a São Paulo", discursou Dilma Rousseff.
E terminou pedindo que os ministros defendam o governo, no que chamou de batalha da comunicação. "Nós não podemos permitir que a falsa versão se crie e se alastre. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação. Levem a posição do governo à opinião pública. Sejam claros. Sejam precisos. Se façam entender. Nós não podemos deixar dúvidas", diz a presidente.
Nessa primeira fala na primeira reunião ministerial, a presidente também prometeu abrir mais espaço para os empresários no segundo mandato e fechar algumas parcerias com a iniciativa privada para a construção de estradas e portos por exemplos.
Fonte: g1.globo.com
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