Categoria Geral  Noticia Atualizada em 28-01-2015

Nem Meryl Streep salva o musical "Caminhos da floresta"
Disney decepciona ao adaptar mistura de vários contos de fadas. Indicada ao Oscar pela 19ª vez, atriz ofusca o resto do elenco.
Nem Meryl Streep salva o musical
Foto: g1.globo.com

"Caminhos da floresta", que estreia nesta quinta (29), mistura vários contos de fadas dos Irmãos Grimm, com personagens enfrentando as consequências de seus atos em ritmo acelerado. Estão lá Cinderela, Chapeuzinho vermelho, Rapunzel e João (do pé de feijão), mas distantes da forma tradicional.

Quem faz a ligação entre todas as histórias é o Padeiro (James Corden) e sua mulher (Emily Blunt), quando a Bruxa vivida por Meryl Streep diz que dará um filho a eles se desfizerem uma maldição. A partir desse início, em que eles são obrigados a adentrar a floresta atrás dos elementos da poção mágica, são quase 15 minutos somente de cantoria. "Into the woods" para cá, "into the woods" para lá.

Cantoria que garantiu a décima nona indicação ao Oscar para Meryl Streep. Três vezes vencedora, agora ela concorre ao prêmio de melhor atriz coadjuvante. Mas é exatamente esse talento dela que ofusca o resto do elenco e acaba decepcionando quem tinha alguma expectativa. Emily Blunt deixa claro que é novata no ramo dos musicais, e é James Corden quem segura a parceira (e o drama) das músicas.

Feliz para sempre?
Anna Kendrick ("Amor sem escalas"), a Cinderela, se destaca só na canção "On the steps of the palace". Sua personagem questiona se deve sair ou não com o príncipe encantado e repensa o propósito do casamento.
Aliás, a adaptação do diretor Rob Marshall ("Chicago", "Nine") para o musical da Broadway tem essa visão cética dos finais felizes, e é o que torna o filme mais interessante aos adultos. Em diversas cenas, os príncipes vividos por Chris Pine e Billy Magnussen são retratados de modo cômico como arrogantes, egocêntricos e mulherengos. "Eu fui criado para ser encantador, não sincero", diz o príncipe da Cinderela.
Mas a produção da Disney não ousa tanto assim na narrativa. Os temas morais e a mensagem da história estão presentes. Desde o desejo dos pais em ensinar e proteger os filhos; à propensão da criança para aprender mais com a experiência e o erro; as maravilhas e as ameaças do mundo além de sua casa; e a dor da perda.
Pouco foco, muita correria
O problema é que tudo isso tem que ser feito em um musical de 125 minutos. O Lobo mau de Johnny Depp passa quase despercebido, sem impacto. A Rapunzel de Mackenzie Mauzy não chama a atenção, e o João do pé de feijão e a Chapeuzinho vermelho são pouco aproveitados apesar dos atores mirins Daniel Huttlestone e Lilla Crawford serem ótimos.
Esses vários contos de fadas em um enredo deixam tudo muito apressado, sem foco, e as soluções para os personagens ficam confusas. A direção de Marshall parece que luta para registrar quem está cantando, dançando, dramatizando ou apenas existindo em cena. Faltou dedicação para que o filme tivesse o resultado ideal, principalmente para os fanáticos por musicais.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir