Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-01-2015

Déficit fiscal é o maior desde 1997
Em 2014, a presidente Dilma Rousseff encerrou seu primeiro mandato com um déficit histórico de R$ 17,2 bilhões nas contas do governo central, que engloba Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central. Esse é o primeiro rombo desde que o país começou a faz
Déficit fiscal é o maior desde 1997
Foto: em.com.br

O saldo negativo equivale a 0,33% do Produto Interno Bruto (PIB), mas, se fossem retiradas dessa conta os extras como as receitas do Refis (R$ 19,9 bilhões), de depósitos judiciais (R$ 4 bilhões), de dividendos de estatais (R$ 18,9 bilhões) e de concessões (R$ 7,9 bilhões), o déficit atingiria 1,3% do PIB.

Sem enxergar uma luz no fim do túnel de melhora na economia este ano, a expectativa dos analistas é de que dificilmente o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguirá cumprir a promessa de superávit fiscal de 1,2% do PIB, ou R$ 66 bilhões. "Para evitar um abalo na credibilidade, assim que os primeiros dados econômicos de 2015 forem saindo, é preciso que o governo sinalize que poderá reduzir a meta", afirmou o especialista em contas públicas Felipe Salto.

Salto acredita que o esforço para o cumprimento da meta fiscal vai além do aumento da carga tributária. Para isso, será preciso como a revisão de alguns contratos de prestação de serviços e até mesmo corte nos investimentos, como os do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Pelas contas dele, o governo deve aumentar a carga tributária em mais R$ 17 bilhões, além dos R$ 20,6 bilhões já anunciados. O especialista acredita que também será necessário cortar em R$ 65 bilhões do orçamento de 2015 para cumprir a meta fiscal. "O ministro da Fazenda não vai ter como não reduzir R$ 40 bilhões dos R$ 65 bilhões de investimentos previstos para este ano", afirmou.

A economista Monica Baumgarten de Bolle, diretora da consultoria Galanto/MBB, de Washington, também acredita que será muito difícil o cumprimento da meta fiscal este ano, um vez que o governo precisará reverter esse déficit e entregar um saldo positivo de 1,2%. "As agências de risco devem dar um voto de confiança para a nova equipe ao longo do ano e não devem rebaixar o país por causa disso", disse. "A situação é tão complicada que as pessoas têm consciência de que se Levy conseguir fazer metade do que está prometendo já será um sucesso para ele no governo", afirmou. "O mais importante é que tudo seja feito de forma transparente", disse.

COMPROMISSO Apesar da descrença dos economistas, o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, assegurou que a meta fiscal está mantida. Ele sinalizou que o objetivo da equipe econômica é buscar o reequilíbrio fiscal e tentar mostrar esse compromisso para o mercado. "Estamos reafirmando o compromisso de trabalhar com transparência", disse.

O descompasso na área fiscal foi grande em 2014. A receita líquida total cresceu apenas 2,3% no ano passado, para R$ 1,01 trilhão, e as despesas avançaram 12,8%, somando R$ 1,03 trilhão. Somente os dispêndio de custeio deram um salto de 18,2% no mesmo período, conforme dados do divulgados ontem pelo Tesouro

O rombo da Previdência Social ficou acima do esperado pelo governo e fechou 2014 em R$ 56,69 bilhões, 13,7% a mais do que no ano passado, quando déficit havia sido de R$ 49,9 bilhões. Após um mês de novembro superavitário, dezembro fechou com perda de R$ 813 milhões no órgão.

Fonte: em.com.br
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir