Categoria Geral  Noticia Atualizada em 03-02-2015

Alimentos poderão sofrer aumento com a falta de chuva
Os preços e a escassez dos alimentos já sofreram um forte impacto, mas a situação pode ficar ainda pior
Alimentos poderão sofrer aumento com a falta de chuva
Foto: www.jornaldeuberaba.com.br

A produção de alimentos no Brasil vem sendo constantemente tema de fóruns e discussões entre especialistas, como foi o caso do fórum "Desafio 2050", realizado no final do ano passado, que tratou exatamente sobre a produção de alimentos para o abastecimento do mundo. Porém, a escassez de água está causando grande preocupação, principalmente no que se refere à questão da produção e dos preços mais altos nas prateleiras dos supermercados.
O diretor-geral da agência da ONU para agricultura e segurança alimentar (FAO), José Graziano da Silva, concedeu entrevista à BBC Brasil e destacou o problema que o país enfrenta com a atual crise hídrica. Segundo ele, "estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos".
Durante a entrevista, ele alertou sobre o superaquecimento das águas do Pacífico, conhecido como fenômeno do El Niño, que foi bem maior do que o esperado. "Estamos atravessando o período das águas no Brasil e deveria estar chovendo muito mais do que está. Tivemos deficiência hídrica de praticamente um metro d´água na região centro-sul do Brasil. Espera-se a normalização das chuvas no próximo ano agrícola, que começa em setembro, mas, até lá, vamos enfrentar resíduos da falta de água e todos os agravantes que isso tem", disse o diretor à BBC.
Silva ressaltou também que a estiagem prejudica a agricultura, causando um forte impacto em grandes cidades do Sudeste.

Preocupação - Na última semana, a Secretaria de Agricultura (Sagri) emitiu um laudo, em parceria com o Sindicato Rural (SRU) e a Emater, apresentando uma perda nas lavouras de Uberaba de até 50%, devido à estiagem prolongada.
O laudo enviado ao prefeito Paulo Piau apresentou perdas na produção de grãos e um impacto da safra 2014/2015. "Depois de entendermos que o veranico - que acontece normalmente em janeiro – causou uma seca muito grande, fomos a campo juntamente com o Sindicato Rural e a Emater. Dividimos o município em várias regiões e os técnicos foram verificar as pastagens, os cursos d´água e as lavouras, para que pudéssemos fazer um diagnóstico. Na nossa região, parou de chover em 23 de dezembro e voltou a chover só em 24 de janeiro, ou seja, tivemos um mês sem chuvas em grande parte do nosso município", explicou o secretário de Agricultura, Danilo Siqueira.

Impacto
Previsto. Em 2011, José Graziano já tinha alertado para o aumento da produção agrícola em decorrência da falta de água. Na época, o diretor não tinha assumido a função da FAO, mas, já havia adiantado que a água teria se tornado o maior entrave à expansão da produção de comida, principalmente em algumas áreas da América do Sul e países da África.

Fonte: www.jornaldeuberaba.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir