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Descobertos 61 corpos em crematório desativado de Acapulco

Apesar de Acapulco ser uma das cidades mais perigosas do México e núcleo do narcotráfico, as autoridades desconheciam se os 61 eram vítimas do banditismo. Vizinhos chamaram a Polícia por causa do mau cheiro

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Autoridades mexicanas encontraram 61 cadáveres, incluindo mulheres e crianças, em um crematório particular, aparentemente autorizado e, ao que tudo indica, desativado há um ano, no turístico e violento porto de Acapulco, no Sudoeste do país. Foi o que revelou o procurador do Estado de Guerrero, Miguel Ángel Godínez. Os corpos foram descobertos na noite de quinta-feira. "Estamos trabalhando na identificação de quantas crianças, mulheres e homens" estão entre os cadáveres", declarou.

O procurador não informou as causas da morte dessas pessoas nem se os cadáveres ficaram no crematório quando foi abandonado ou se foram levados depois. Mas, detalhou que, aparentemente, eram conservados com cal. A revelação despertou temores de que poderia se tratar de um novo caso de surgimento de desova de vítimas dos cartéis dos narcotraficantes mexicanos. Mas, as autoridades ainda não levantaram qualquer hipótese.

Godínez limitou-se a indicar que há "indícios e linhas de investigação a respeito do ocorrido" e que em breve poderiam ser registradas detenções. No estabelecimento denominado de Cremações do Pacífico restou um forno oxidado para incinerar os mortos. Os peritos forenses, que na madrugada de ontem, faziam o levantamento dos cadáveres, encontraram macas no chão, algumas colocadas sobre barris de plástico, nos quais estavam vários dos corpos cobertos com lençóis brancos manchados de sangue.

Cidade perigosa

Uma ostensiva operação de segurança chegou na noite de quinta-feira a ao local, perto da região turística do porto, depois que vizinhos do lugar deram o aviso por um forte cheiro de putrefação. Acapulco, que já foi um dos mais famosos polos turísticos mundiais, é uma das cidades mais perigosas do México e um importante centro do consumo de drogas. O crime organizado exerce uma forte violência contra a população que vive nos bairros próximos à zona turística à base de sequestros, extorsões e assassinatos.

O centro turístico está localizado no Estado de Guerrero, onde em setembro ocorreu o desaparecimento e o possível massacre de 43 estudantes pelas mãos de policiais da cidade de Iguala em conluio com narcotraficantes, um crime que chocou a comunidade nacional e internacional. Mais de 20 mil pessoas desapareceram no México desde o início da ofensiva militar contra os cartéis da droga, em 2006. (das agências de notícias)

Fonte: www.opovo.com.br

Por: Desirée Duque | Imprimir