Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 02-03-2015

Sociedade bêbada e equilibrista
"Toda forma de vício é ruim, não importa que seja droga, álcool ou idealismo", Carl Gustav Jung.
Sociedade bêbada e equilibrista
Foto: Reprodução

O trágico episódio da morte de um estudante universitário de 23 anos por abuso de álcool, após participar de uma festa universitária em São Paulo, nos faz refletir sobre uma demanda que é, no mínimo, complicada.

Ao contrário do que insistem em aferir o senso comum, as substâncias psicoativas lícitas são tão letais quanto as ilícitas, ou seja, a bebida ou o remédio podem levar a óbito quem abusa dessas drogas.

Sim, o álcool é uma droga, vicia e, com uso prolongado, pode causar sérias lesões no cérebro, fígado, coração, delirium tremens, que pode ser fatal.

Acontece que vivemos numa sociedade bêbada e equilibrista que só se desequilibra quando acontece uma fatalidade como essa.

Além do rapaz que morreu, outros que estavam na mesma festa passaram mal e alguns até deram entrada, em coma alcoólico, nos hospitais da região. Isso acontece porque estamos cada vez mais embriagados com tanta informação desviante do foco principal, que qualquer abuso é nocivo, seja de drogas ilícitas ou lícitas.

Sendo uma das poucas drogas que têm o consentimento da sociedade para a sua utilização, o álcool é facilmente adquirido e usado indiscriminadamente por qualquer faixa da população.

A questão é séria porque nem algumas substâncias consideradas epidêmicas têm efeitos tão díspares quanto o álcool, que apresenta duas fases: uma estimulante e outra depressora.

Portanto, para pensar sobre a situação, digo que o episódio se enquadra numa das fases do alcoolismo (doença), pois houve consequências decorrentes do abuso da ingestão.

Claro que dentro do alcoolismo existem várias categorias, como a dependência, a abstinência, mas o abuso (uso excessivo, porém não continuado), também se encaixa no diagnóstico do alcoolista.

Não estou aqui fazendo apologia à abstinência. Muito menos o texto é contra o álcool ou a qualquer tipo de droga. Apenas apresento uma situação pouco ou quase nunca debatida nas rodas de intelectuais ou em outros círculos mais íntimos. A questão aqui é o abuso.

Todos os estudantes participavam de uma festa "open bar" com bebidas que eram servidas à vontade, incluindo cerveja, cachaça, vodca e energético. O problema é que o bar aberto fechou as portas promissoras de um jovem e o pior é que, provavelmente, muita gente vai beber para esquecer, novamente, o problema.

Fonte: O Autor
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir